Um Homem Entre Gigantes

Toda a chatice de Will Smith sobre a falta de diversidade no Oscar é apenas muita fumaça onde não há tanto fogo. Will interpreta bem um nigeriano, com seu sotaque, que batalha para ser um bom americano, só isso. Não tem a mesma força de trabalhos anteriores como em À Procura da Felicidade e Ali, coincidentemente, quando ele foi indicado a estatueta dourada. Se o roteiro fosse mais amplo, olhando para além da medicina, talvez Will tivesse mais chances de se mostrar.
O longa peca em apenas recriar o embate ciência versus negócio, ou seja, a medicina de Omalu contra a toda poderosa NFL. Não dá pra chegar na TV e dizer que os impactos de cabeça do esporte mais importante dos EUA poderão, a longo prazo, sequelar seu filho que pratica o futebol americano na escolinha ou no colégio. A verdade é sempre dura e tende a doer muito mesmo. Não é natural o ser humano ter tantas colisões. Mesmo o praticante mais idiota de futebol americano sabe disso e nem precisava do Dr. Omalu para esclarecer algo óbvio como: tanta pancada não deve fazer bem à saúde. Então por que ele continuam praticando? Essa é a pergunta que o filme nem passa perto. O futebol americano, como seu irmão mais velho, o nosso futebol, é um caminho quase único para que o americano de baixa renda chegue à universidade e talvez tenha uma expectativa de vida melhor. Ou você encara de frente esses brutamontes e se arrisca atrás de um touchdown, ou terá que viver aqui fora, em subempregos tão prejudiciais à saúde quanto as colisões do futebol americano.
Um Homem Entre Gigantes é um filme fundamental para quem aprecia o esporte, mas não deve fisgar quem não sabe bulhufas sobre a bola oval.

Um Homem Entre Gigantes (2015)
Direção: Peter Landesman
http://www.imdb.com/title/tt3322364/

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