Amy

O tocante documentário de Asif Kapadia (cujo currículo tem nada mais que Senna) traça um panorama do começo até o fim trágico da cantora. O mais interessante na estrutura do documentário é que todos os colaboradores participam apenas com a voz, pois as imagens são dedicadas quase que exclusivamente à Amy. Não é aquela estrutura clássica do convidado contando para câmera informações sobre a biografada. Gostei bastante dessa opção da produção.
Assim como Kurt Cobain, que ganhou um belo documentário em Cobain: Montage of Heck, Amy não suportou o peso e as consequências de exibir o seu talento. O grande diagnóstico que o documentário deixa explícito é que, quase ninguém ao redor de Amy estava preparado para ajudá-la. Talvez ela tenha percebido e procurou trilhar o mesmo caminho de suas divas, com Billie Holiday e Etta James. Mas outra análise, ainda mais triste, é que o monumental disco Back to Black nunca teria sido feito se Amy não se afundasse na lama de onde nunca conseguiu sair. Ou seja, não existiria a música Rehab. A pergunta que o filme não faz é: Você trocaria nunca ter escutado Amy por ela ainda estar viva, talvez cantando em bares de jazz desconhecidos pelo mundo? Eu ainda não consigo ter a resposta, tamanho meu fascínio pela pequena, mas brilhante obra de Amy Winehouse.

Amy (2015)
Direção: Asif Kapadia
http://www.imdb.com/title/tt2870648/

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