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Amy

Amy Winehouse virou diva com apenas dois álbuns. Refaço, com apenas um, Back to Black, pois pouca gente escutou o disco de estréia, Frank. Muita gente conhece Amy Winehouse, sabe de suas loucuras, das notícias bombásticas, mas peça para dez dessas pessoas cantarem três músicas dela? Eu aposto que menos da metade conseguirá. Esse meu triste teste não reduz o gigantesco talento da garota doidinha que cantava jazz em Londres, enquanto as amigas cantarolavam Spice Girls. Ela foi mais uma engolida pelo estrelato, em que não importa o que você faz, se canta, dança ou representa, o que importa é se você é ou não, uma pessoa famosa.

O tocante documentário de Asif Kapadia (cujo currículo tem nada mais que Senna) traça um panorama do começo até o fim trágico da cantora. O mais interessante na estrutura do documentário é que todos os colaboradores participam apenas com a voz, pois as imagens são dedicadas quase que exclusivamente à Amy. Não é aquela estrutura clássica do convidado contando para câmera informações sobre a biografada. Gostei bastante dessa opção da produção.

Assim como Kurt Cobain, que ganhou um belo documentário em Cobain: Montage of Heck, Amy não suportou o peso e as consequências de exibir o seu talento. O grande diagnóstico que o documentário deixa explícito é que, quase ninguém ao redor de Amy estava preparado para ajudá-la. Talvez ela tenha percebido e procurou trilhar o mesmo caminho de suas divas, com Billie Holiday e Etta James. Mas outra análise, ainda mais triste, é que o monumental disco Back to Black nunca teria sido feito se Amy não se afundasse na lama de onde nunca conseguiu sair. Ou seja, não existiria a música Rehab. A pergunta que o filme não faz é: Você trocaria nunca ter escutado Amy por ela ainda estar viva, talvez cantando em bares de jazz desconhecidos pelo mundo? Eu ainda não consigo ter a resposta, tamanho meu fascínio pela pequena, mas brilhante obra de Amy Winehouse.



Amy (2015)
Direção: Asif Kapadia
http://www.imdb.com/title/tt2870648/

  Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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