A Garota Dinamarquesa

Não bastasse o grande interesse do tema, afinal, não é todo dia que estamos diante de uma história tão audaciosa, o longa serve com carpete vermelho para o desfile das atuações de Eddie Redmayne (Lili) e Alicia Vikander (Gerda). Redmayne investe nas sutilezas e dá show ao tentar buscar a feminilidade nos pequenos trejeitos. O sujeito está ainda melhor que em A Teoria de Tudo. Já Vikander parece ser a grande revelação da temporada, pois também arrebentou em Ex-Machina.
A direção de Tom Hooper (Os Miseráveis e O Discurso do Rei) segue seu padrão habitual, bem rebuscado, com bela fotografia e conduzindo bem o atores para o objetivo final, contar uma boa história. Ele acerta na maioria das vezes, mas escorrega também, como na fraca cena de homofobia no coreto parisiense.
O fascínio do espectador sobre A Garota Dinamarquesa dar-se pela expectativa de vermos um ser humano encontrar a si mesmo, ainda que seja mudando de gênero, tornando-se algo que deseja. Como disse Oscar Wilde: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Lili viveu, ainda que por poucos dias e de maneira completa, como uma mulher. O longa deve servir há algumas pessoas, que enganando a si mesmas, não vivem, apenas existem. Siga esse conselho, e vá viver. Para Lili foi a troca de gênero e para você? Nada como um conselho de um escritor gay do século retrasado em comunhão com um filme sobre um transexual icônico.

A Garota Dinamarquesa (2015)
Direção: Tom Hooper
http://www.imdb.com/title/tt0810819/

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