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Whiplash: Em Busca da Perfeição

O poder da música é algo avassalador que pode lhe fazer rir, dançar, chorar, sofrer e lembrar de alguém por conta de uma simples associação: esse era a nossa música ou meu pai adorava essa canção. Essa sensação fabulosa é ainda maior para quem toca. Para aqueles poucos tocados pelo dom das sete notas musicais, seja tocando aquele violãozinho desafinado de churrasco ou um exímio baterista de jazz, a música consegue extrair possibilidades inimagináveis do ser humano. Eu, meus caros cinéfilos, conheço bem a magia que a música pode fazer a uma alma. E digo, sem medo, a música me salvou por muitos anos. Por mais que o trailer venda isso, Whiplash: Em Busca da Perfeição não é um filme apenas sobre música. É muito mais que isso. É sobre o ser humano perseguir a si mesmo. Caminhar rumo a utópica ideia que podemos ser ainda melhores que ontem e quem sabe amanhã, chegar a perfeição. E a pergunta que fica é: será que todos nós podemos, de algum modo, alcançar essa perfeição?

O longa é um deleite para as atuações maravilhosas Miles Teller (Finalmente 18), como estudante de bateria Andrew, e J.K. Simmons (As Palavras), como o ditatorial professor Fletcher. A dinâmica entre os dois dá um ritmo impressionante ao filme que, somado ao ótimo trabalho de montagem realizado por Tom Cross, temos um filme esteticamente jazzístico. Corta no sangue na bateria, Andrew suado tocando, corte no professor irado, volta para o sangue, band-aid nas mãos, Andrew continua repicando suas baquetas... ufa, é deliciosamente de perder o fôlego. A cena final do longa é uma aula de edição, atuação e direção.

Dirigido pelo jovem Damien Chazelle, chega a ser assustador o o resultado que esse estreante consegue entregar às telas. O espectador experimenta sensações de raiva, ódio, repulsa, compaixão e decepção. Isso tudo em apenas 107 minutos de um filme conceitualmente simples, sobre um aspirante baterista de jazz. Putz, é muita coisa. Fiquem de olho em Chazelle, o moleque pode ser um prodígio, assim como o protagonista do longa.

O mais encantador, e ao mesmo tempo assustador, é a discussão filosófica proposta pelo professor Fletcher ao não se arrepender do seu modelo didático. Andrew pode não concordar com os métodos, mas compreende a intenção. Para ser o melhor, é preciso ser mais, ser diferente e fazer como nenhum outro já fez. Claro, que a linha entre a genialidade e a insanidade é tênue. Muitos tentam, poucos alcançam. O fracasso para essas pessoas costuma ser "suicidamente falando" fatal. Eu quero ser tanto uma coisa, que não vejo mais nada além do objetivo. Perceba como esse tema é tão atual. Foco é importante, mas será que você é mesmo esse gênio que você deseja ser? Será que todos podemos chegar a nossa perfeição? Veja Whiplash: Em Busca da Perfeição e tente responder.



Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash - 2014)
Direção: Damien Chazelle
http://www.imdb.com/title/tt2582802/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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Um comentário:

  1. Apesar das belas imagens do filme, este é provavelmente o pior filme sobre músicos que já vi. Ninguém se tortura tanto pra conseguir uma vaga pra tocar seja lá onde for. Professores com caráter duvidoso, ou são exonerados do cargo, ou são punidos pelas instituições. A vida real é muito diferente disso ai.....

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