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Pride

Talvez depois do grande impacto e sucesso de Filadélfia, em 1993, o debate cinematográfico sobre a temática gay tenha ficado tão forte e rendido produções e discussões bem interessantes. Na temporada passada a homossexualidade e a homofobia foram tratadas no ótimo Clube de Compras Dallas. Esse ano um dos melhores longas brazuca foi Hoje Eu quero Voltar Sozinho e lá fora, um dos meus favoritos foi o filme para TV, da HBO, The Normal Heart. Todo esse nariz de cera é apenas uma forma marketeira de dizer para você leitor: por favor, se viu o filmes que listei acima, então vá ver Pride urgentemente.

Durante a famosa queda de braço da greve dos mineiros da Inglaterra contra a Dama de Ferro, Margaret Thatcher, o filme se concentra em um pequeno e importante capítulo que é o apoio de um grupo ativista gay à causa dos operários. Talvez por saberem como é difícil enfrentar a resistência do governo britânico, jovens gays e lésbicas foram às ruas arrecadar dinheiro para ajudar as famílias dos mineiros, que ficaram em greve por um ano. Ou seja, apesar de grande parte dos ingleses não aceitarem bem a homossexualidade, afinal era 1984, os gays já sabiam que andando de mãos dadas, juntos, a força contra o poder é muito maior.

Pode até soar como um drama ativista, por conta dos parágrafos anteriores, mas Pride é uma deliciosa comédia, que além de lhe fazer bem e sorrir, o convida para pensar. O longa conta com um elenco forte e de caras conhecidas como  Bill Nighy, Imelda Staunton e Dominic West, mas quem chama a atenção é a mulequecada nova, na qual há gente muito boa e que merece ser acompanhada de perto.

Se me permitem a frescura, ui, Pride é um filme ensolarado. Não digo isso com deboche, apenas como exercício estético-narrativo para o texto. Não há como sair do longa sem um belo sorriso no rosto e refletindo sobre o poder que juntos podemos ter e que hoje, na era digital com internet e o escambau, não fazemos praticamente "quase nada". Ativismo? Exigir melhorias? Há tanto a aprender em Pride. No fundo, apesar de diferentes, somos movidos por necessidades bem semelhantes. E ai, por que não conseguimos conquistar juntos aquilo que nos interessa? No momento mais brilhante do filme um dos gays diz para o hétero: "Você tem uma mente privilegiada... Não se desperdice". Essa cena retumba incessantemente na minha cabeça, como se fosse um recado direto pra mim.



Pride (2014)
Direção: Matthew Warchus
http://www.imdb.com/title/tt3169706/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com 
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