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A Menina que Roubava Livros

Uma boa história tende sempre a capturar o espectador, leitor ou ouvinte para uma nova dimensão, para um outro local. O livro foi um best-seller e a adaptação para o cinema de A Menina que Roubava Livros não chega a ser um assombro, mas é eficiente em fisgar o público para o triste mundo de Liesel Meminger. O maior mérito do longa é despertar no espectador a vontade de ler o livro.

A Menina que Roubava Livros é bem suavizado e lapidado para não horrorizar demais o espectador, mesmo sendo o contexto da Alemanha pré-segunda guerra, com Hitler já expurgando os judeus da sociedade alemã. Ou seja, o longa não dá aquela alfinetada moral de  A Lista de Schindler e nem tem a sutileza poética de A Vida é Bela, mas consegue transmitir, em modo light, o temor da guerra. O filme me lembrou muito o ótimo O Menino do Pijama Listrado.

O longa apresenta algo pouco visto em filmes que retratam o nazismo, a partir de uma visão alemã, que é a maneira amedrontada e obediente que o povo alemão aceitou as diretrizes impostas por Hitler. Nem todo mundo concordava com tudo aquilo, mas não era inteligente se opor a ordem vigente. De uma maneira simples o longa deixou explicito que todo o horror promovido pelos nazistas não tinha a total aceitação do povo alemão. Só essa ressalva já valeu o ingresso para o filme. Ao contrário de algumas obras rasteiras sobre o tema, a culpa não foi da Alemanha, mas sim de alguns imbecis que estavam no poder e aproveitaram a fragilidade do país naquele momento.

É preciso ser justo e elogiar a boa atuação Sophie Nélisse, como a menina protagonista. O filme funciona, em grande parte, em função do desempenho e carisma da jovem atriz. O pecadilho fica por conta do idioma inglês falado pelos personagens, ainda que a história se passe em solo alemão. Mas isso é tão comum no cinema que nem me importo tanto assim. A conclusão da história é um tanto carpe diem - a vida é dura, as vezes trágica, mas aproveite ao máximo. Não sou um grande fã desses finais, apesar de tudo e de todos, vivo feliz. É sempre perigosos cair na cafonice com esse tipo de conclusão.

A adaptação cinematográfica de A Menina que Roubava Livros tem bons momentos, flerta com clichês, mas deixa um sabor agradável ao fim da degustação. Infelizmente, não sacia totalmente a fome, mas lhe deixa com vontade de ler o livro e verificar se aquela máxima se mantém: o livro é sempre melhor que o filme. Vou ler e te aviso. Leia também, mas não roube. Isso pode lhe trazer sérios problemas.



A Menina que Roubava Livros (The Book Thie - 2013)
Direção: Brian Percival
http://www.imdb.com/title/tt0816442/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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