Viver Sem Endereço

Já havia algum tempo que estava a procura de Viver Sem Endereço, primeiro longa na direção do talentoso ator Paul Betanny (O Visão, Os Vingadores 2). Basicamente é sobre um casal de moradores de rua que tenta encontrar um caminho para suas vidas e buscar deixar as ruas. Esse é um tema que me agrada muito e há tantos mistérios e histórias emocionantes e não contadas sobre pessoas que não tem onde morar ou não tem pra quem voltar (ou não querem). Viver Sem Endereço é sobre duas pessoas que se encontram precisando serem salvas de si mesmas.

O filme choca à primeira vista ao exibir uma Jennifer Connelly (Uma Mente Brilhante) anoréxica. Primeira coisa que penso: como ela sobrevive nas ruas de Nova York no inverno? Calma, o inverno fica para o fim. Eu sou apaixonado com Connely desde meu primeiro filme que vi no cinema, Labirinto, e além de ser lindíssima, faz escolhas ambiciosas na carreira e nos assombra com cenas duríssimas aqui, vide as cenas do porteiro, como já fez no passado, em Réquim para um Sonho. Um trabalho visceral que acredito ser a melhor performance de sua carreira.

Já Anthony Mackie é um nigeriano islâmico arrependido de algo que não sabemos, mas que o remorso o faz batucar pelas ruas à procurar de alguma paz interior. É singelo como o roteiro vai alinhando a história do casal e, mesmo quando suas personalidades e convicções os opõe, como a fé em Deus, essas discordância é tratada de maneira sensível e emocionante.

Ao fim, e com algumas lágrimas, Viver Sem Endereço nos mostra um pequeno capítulo de uma dupla quase esquecida pelo mundo. Lembrou-me o o ótimo Alguém para Dividir os Sonhos. Um drama no ponto correto, que dará uma chacoalhada no espectador e, quem sabe, faça-o notar aquela pessoa que lhe pede um trocado na mesma esquina todos os dias. Mas talvez, não. Quantas histórias das ruas poderiam ter um final feliz, ao menos naquele dia, se você retribuísse com um simples, bom dia.