Final Fantasy VII – Advent Children
Que falta faz um roteirista
Quando Final Fantasy foi lançado em 2001, chegava as telas à suposta revolução do cinema de computação gráfica. Muito se falou do possível fim do uso de atores reais e outras bobagens do gênero. Final Fantasy possuí um refinado trabalho gráfico, mas tropeça em outros elementos que constituem um filme, essencialmente no roteiro. A possível franquia que o filme quis lançar nunca deu certo. O filme Final Fatasy hoje se encontra esquecido junto à poeira nas locadoras do mundo. Talvez o grande erro do primeiro filme foi ter se desvinculado tanto do jogo de videogame que lhe originou. Creio que essa opção foi escolhida para agradar um público maior, que desconheciam o enredo da série para videogame.
Quatro anos depois do lançamento do filme nos cinemas chega as locadoras japonesa o DVD de Final Fantasy VII – Advent Children. Pode parecer estranho, mas o número 7 não se refere ao sétimo filme da série. Calma, você não perdeu os outros 5 filmes. Final Fantasy VII é assim intitulado, pois se refere ao título homônimo do sétimo jogo lançado para videogame.
Sempre fui um apreciador do game, apesar da paciência para joga-lo (sou da geração Atari-Nintendo). O pouco da estória que conheço sobre o game devo ao meu amigo Leonn, leitor assíduo do blog, mas não o bastante para reconhecer os personagens e o recorte que o filme tem do game. Portanto assisti Final Fantasy VII como um leigo.
Novamente as construções gráficas do filme são impecáveis. As CGs (Computação Gráfica) estão mais aperfeiçoados, com uma nota especial para as texturas de água. O cinema de animação atual tem uma série de dificuldades ao construir personagens humanos. Quase sempre os movimentos dos personagens soam artificiais. A Pixar quando realizou Os Incríveis optou por seres humanos mais caricaturais. O tórax do Sr. Incrível não condiz com a realidade humana, e assim, fica mais fácil trabalhar a construção das personagens. O filme já mostra uma enorme evolução nesse quesito. No primeiro filme as personagens centrais tinham movimentos bem trabalhados, em contra partida das personagens secundários. Final Fantasy VII concerta esse erro. Dá criança que corre pela rua até as grandes batalhas do filme, os movimentos dos personagens são cuidadosamente trabalhados. Acredito que ainda necessite de mais esforço na construção das expressões faciais. No filme elas até se assemelham às humanas, mas não transmitem bem o sentimento que a cena intenta produzir. Ainda não vi uma animação com CG, que usa figuras humanas, onde o espectador consiga de fato se comover. Em Final Fantasy VII há oportunidades para isso, mas de fato não funcionam.
O exímio trabalho de CG é utilizado com habilidade em enquadramentos e movimentos. O interessante da realização em CG, no caso de filmes de ação, são as possibilidades de seqüências que podem ser feitas. Aliada a uma montagem frenética, as seqüências de batalhas tornam-se uma enxurrada imagética. Se o espectador piscar, perde parte da batalha. Algumas seqüências lembram-me Matrix Reload, porém com o triplo de velocidade.
O grande diferencial é o ótimo uso das luzes nas cenas. Nem sei se posso chamar de luz, pois não se trata de uma filmagem. Talvez devo dizer o uso de luminosidade. Algumas cenas exploram áreas mais e menos iluminadas. O grafismo criado nestas cenas é impressionante. Visualmente o filme é agradabilíssimo.
O enredo do filme é um pouco complicado para leigos no game. No início há um breve relato sobre os acontecimentos que antecederam a situação onde o filme começa. O desenvolvimento é realizado sem grandes reviravoltas. Gasta-se tempo demais com as batalhas. O protagonista Cloud enfrenta uma série de medos que não são bem explorados ao longo do filme. Por exemplo, no meio do deserto há uma espada cravada na terra, que na verdade é uma referência a algum personagem que morreu em algum episódio anterior do jogo. Percebe-se isso facilmente, mas fica-se sem saber quem ele é. O principal erro do filme é a falta de amarras no roteiro. Aparece uma série de aliados do protagonista e o espectador leigo não consegue identifica-los.
O grande pecado das animações japonesas, ou orientais, pois nem tudo vem só do Japão, é o uso excessivo da ação e depreciação ao enredo. Nada contra seqüências de ação, mas é duro ver o personagem tomar um surra e não ver uma gota de sangue. Fica demasiadamente ilusório. Mas ao que parece Final Fantasy VII não se pretende como filme e talvez apenas como mais um exemplar de anime. Um anime com um nicho de espectadores bem delineado, os fãs do game.
Os melhores animes que vi nem utilizavam CG, como Berserk e Túmulo dos Vaga-lumes. O que deve ser evidenciado é como a tecnologia é usada para construção do filme. Final Fantasy VII é bom filme, mas não possui um elemento que lhe dá unicidade, que o torna extraordinário. É apenas mais um. Tecnologia a série Final Fantasy já tem, só falta agora um bom roteirista.
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
Quando Final Fantasy foi lançado em 2001, chegava as telas à suposta revolução do cinema de computação gráfica. Muito se falou do possível fim do uso de atores reais e outras bobagens do gênero. Final Fantasy possuí um refinado trabalho gráfico, mas tropeça em outros elementos que constituem um filme, essencialmente no roteiro. A possível franquia que o filme quis lançar nunca deu certo. O filme Final Fatasy hoje se encontra esquecido junto à poeira nas locadoras do mundo. Talvez o grande erro do primeiro filme foi ter se desvinculado tanto do jogo de videogame que lhe originou. Creio que essa opção foi escolhida para agradar um público maior, que desconheciam o enredo da série para videogame.
Quatro anos depois do lançamento do filme nos cinemas chega as locadoras japonesa o DVD de Final Fantasy VII – Advent Children. Pode parecer estranho, mas o número 7 não se refere ao sétimo filme da série. Calma, você não perdeu os outros 5 filmes. Final Fantasy VII é assim intitulado, pois se refere ao título homônimo do sétimo jogo lançado para videogame.
Sempre fui um apreciador do game, apesar da paciência para joga-lo (sou da geração Atari-Nintendo). O pouco da estória que conheço sobre o game devo ao meu amigo Leonn, leitor assíduo do blog, mas não o bastante para reconhecer os personagens e o recorte que o filme tem do game. Portanto assisti Final Fantasy VII como um leigo.
Novamente as construções gráficas do filme são impecáveis. As CGs (Computação Gráfica) estão mais aperfeiçoados, com uma nota especial para as texturas de água. O cinema de animação atual tem uma série de dificuldades ao construir personagens humanos. Quase sempre os movimentos dos personagens soam artificiais. A Pixar quando realizou Os Incríveis optou por seres humanos mais caricaturais. O tórax do Sr. Incrível não condiz com a realidade humana, e assim, fica mais fácil trabalhar a construção das personagens. O filme já mostra uma enorme evolução nesse quesito. No primeiro filme as personagens centrais tinham movimentos bem trabalhados, em contra partida das personagens secundários. Final Fantasy VII concerta esse erro. Dá criança que corre pela rua até as grandes batalhas do filme, os movimentos dos personagens são cuidadosamente trabalhados. Acredito que ainda necessite de mais esforço na construção das expressões faciais. No filme elas até se assemelham às humanas, mas não transmitem bem o sentimento que a cena intenta produzir. Ainda não vi uma animação com CG, que usa figuras humanas, onde o espectador consiga de fato se comover. Em Final Fantasy VII há oportunidades para isso, mas de fato não funcionam.
O exímio trabalho de CG é utilizado com habilidade em enquadramentos e movimentos. O interessante da realização em CG, no caso de filmes de ação, são as possibilidades de seqüências que podem ser feitas. Aliada a uma montagem frenética, as seqüências de batalhas tornam-se uma enxurrada imagética. Se o espectador piscar, perde parte da batalha. Algumas seqüências lembram-me Matrix Reload, porém com o triplo de velocidade.
O grande diferencial é o ótimo uso das luzes nas cenas. Nem sei se posso chamar de luz, pois não se trata de uma filmagem. Talvez devo dizer o uso de luminosidade. Algumas cenas exploram áreas mais e menos iluminadas. O grafismo criado nestas cenas é impressionante. Visualmente o filme é agradabilíssimo.
O enredo do filme é um pouco complicado para leigos no game. No início há um breve relato sobre os acontecimentos que antecederam a situação onde o filme começa. O desenvolvimento é realizado sem grandes reviravoltas. Gasta-se tempo demais com as batalhas. O protagonista Cloud enfrenta uma série de medos que não são bem explorados ao longo do filme. Por exemplo, no meio do deserto há uma espada cravada na terra, que na verdade é uma referência a algum personagem que morreu em algum episódio anterior do jogo. Percebe-se isso facilmente, mas fica-se sem saber quem ele é. O principal erro do filme é a falta de amarras no roteiro. Aparece uma série de aliados do protagonista e o espectador leigo não consegue identifica-los.
O grande pecado das animações japonesas, ou orientais, pois nem tudo vem só do Japão, é o uso excessivo da ação e depreciação ao enredo. Nada contra seqüências de ação, mas é duro ver o personagem tomar um surra e não ver uma gota de sangue. Fica demasiadamente ilusório. Mas ao que parece Final Fantasy VII não se pretende como filme e talvez apenas como mais um exemplar de anime. Um anime com um nicho de espectadores bem delineado, os fãs do game.
Os melhores animes que vi nem utilizavam CG, como Berserk e Túmulo dos Vaga-lumes. O que deve ser evidenciado é como a tecnologia é usada para construção do filme. Final Fantasy VII é bom filme, mas não possui um elemento que lhe dá unicidade, que o torna extraordinário. É apenas mais um. Tecnologia a série Final Fantasy já tem, só falta agora um bom roteirista.
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
Concordo com muito do que você disse, principalmente a questão do filme possuir um roteiro fraco. Eçe é extremamente direcionado para quem conhece o jogo. Acredito que a montagem dele também não é muito boa, pois muitas vezes ficamos perdidos na história.
ResponderExcluirMas para quem foi viciado no jogo, que é o meu caso, o filme é um deleite, algo a muito tempo esperado.
Essa é uma animação que tem como publico alvo apenas quem gostava do jogo, caso contrário servirá apenas como algo para encher os olhos.
Nunca joguei o jogo. Não sei do que se trata.
ResponderExcluirVi o primeiro FF e as imagens são legais. O roteiro é uma merda. Pelo jeito, esse FF:AC tá na mesma.
Roteiro tem que ser bom independente do público-alvo do filme.
Concordo com o Bruno, o filme para os fãs do jogo é mais que um deleite, é o término de uma grande espera. Eu acredito que FF7:AC tenha sido usado como parte de uma estratégia da softhouse, a Square-Enix, para aprovar ou não o remake do jogo para Playstation 3, dependendo das vendas, aceitação e tal. Independente disso, o filme é uma revolução na animação. E se tratando de filmes baseado s em jogos, ele é bem melhor do que os 'Resident Evil' por aí.
ResponderExcluirdeve ser tão legal :D
ResponderExcluirna onde eu encontro esse filme ?
eu nunca assisti nenhum e queria
por favor alguem pode me ajudar