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X-Men: Apocalipse


Quando insinuaram na cena pós-créditos de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido que o próximo filme poderia ter um dos maiores vilões, Apocalipse, percebi que a saga estaria dando um passo muito ousado. Apocalipse sempre foi um antagonista um tanto impossível de vencer nas HQs. Tudo indicava que o terceiro capítulo dessa nova fase/trilogia sobre os jovens X-Men teria um fim tão trágico quanto X-Men: O Confronto Final. Sim, foi trágico, mas me refiro ao filme. Quase uma tragédia, tamanho os tropeços.

Dez anos após os acontecimentos de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido temos a escola de Xavier já ganhado forma e acompanhamos um pouco sobre onde estão Magneto e Mística. Logo no começo já temos o primeiro problema: Apocalipse fica hibernando por milhares de anos após um ritual de transferência de corpo, parcialmente, mal sucedido e só volta, graças a luz do sol. Putz, toda essa farofada no roteiro só para os roteiristas traçarem uma associação no nome real de Apocalipse, En Sabah Nur (em árabe, aparição da luz), com seu novo despertar? Valei me Deus. Quem não sabe esse detalhe boiou completamente.

Nosso planetinha Terra é composto, basicamente, de metais. Aí, já viu.
A maquiagem estranha do Apocalipse, interpretado por Oscar Isaac, nunca convence. Tudo bem, se a estética não agrada, o que deveria importar é a construção do personagem. Em momento algum o espectador tem a real dimensão do quão gigante é Apocalipse diante do planeta e dos X-Men e não sentimos esse temor. A maneira com o roteiro trata os quatro cavaleiros do Apocalipse é tão rasa que, se não existissem no filme pouco faria diferença a narrativa. Mesmo o bom drama de Magneto, não é utilizado de modo produtivo pelo roteiro.

Claro que há coisas boas, como a cena com o Wolverine, que cria um bom link entre a libertação da Arma-X e o início do primeiro filme da saga em X-Men: o Filme. Gostei da  solução para explicar como o jovem cabeludo Dr. Xavier virou o velhinho simpático e careca que tanto adoramos. São pequenas doses de satisfação, mas que se esmaecem diante da constatação: faltou coragem ao diretor Bryan Singer em tratar esse episódio como um derradeiro Apocalipse. Singer que tanto questiona as duras escolhas e as chocantes mortes de X-Men: O Confronto Final, curiosamente se ancora "novamente" na Fênix para concluir a trama e ratificar o óbvio: o mutante mais poderoso de todos nunca foi o Apocalipse. O roteiro tenta, e merece ser louvado pela tentativa, ainda que pouco efetiva, de criar uma linha cíclica nos seis filmes da saga X-Men. A Fenix está no final de X-Men 2, tem papel vilanesco em X-Men: O Confronto Final e tem sua primeira aparição aqui em X-Men: Apocalipse. A intenção foi boa, pena que com tantos remendos, dá para notar todas as imperfeições da obra.

X-Men: Apocalipse perde a oportunidade de tratar esse episódio com o começo do "inferno dos mutantes na Terra". Com excesso de efeitos visuais e um roteiro apenas bem realizado, mas pouco audacioso, o longa soa como seu primogênito, X-Men: o Filme, lá do ano 2000. Já se passaram 16 anos e muita coisa mudou no mundo das adaptações de super heróis de HQs para o cinema. De lá pra cá temos O Cavaleiro das Trevas, em 2008, e Capitão América: Guerra Civil, em 2016. É preciso ir além do espetáculo visual e das milionárias bilheterias. A discussão das HQs de X-Men sempre permeou o tema segregação. Não teria época melhor para se discutir isso, sobretudo em relação ao futuro apocalítico que nos espera se não aprendermos o quanto antes a conviver com nossas diferenças. Já se foram seis filmes e a saga X-Men não conseguiu dizer isso com a força que a turma do Dr. Xavier merece.

Não acertaram dessa vez no designer visual do Apocalypse


Cena pós-créditos: Temos engravatados indo até o centro de pesquisa do Cel. Striker e coletando amostras de sangue de uma tal Arma-X, leia-se Wolverine. A pasta se fecha e lemos Essex Corp. Essa empresa nos remete a um dos meus vilões favoritos, Sr. Sinistro, que já está confirmado para o novo filme solo de Wolverine

Olha ele aí, carequinha. Dr. X-Men



X-Men: Apocalipse (2016)
Direção: Bryan Singer
http://www.imdb.com/title/tt3385516/

  Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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