Independence Day: O Ressurgimento
Sim eu estava lá, em 1996, há 20 anos atrás, sentadinho na poltrona do cinema olhando com olhos esbugalhados aquela grande sombra que se estendia pelos monumentos importantes do planeta. Eles tinham chegado. A verdade estava lá fora mesmo. Roland "explode tudo" Emmerich pegou seu bombástico Independence Day e não só criou um delicioso e literal "arassa-quarteirão" (blockbuster) mas também transformou seu sobrenome em um sinônimo para que esse gênero de filmes. Há 20 anos atrás a independência do domínio alienígena foi uma divertida aventura com toques de ficção científica. Agora, com mais escorregadas que o original, o ressurgimento soa mais nostálgico que divertido, mas ainda assim, foi bom voltar aos tempos que bastava explodir coisas que o cinemão pipoca nos convencia. Ai, aí, como o público ficou mais exigente e mais chato (me incluo nele).
Com a ausência de Will Smith na continuação, pois parece ter pedido uma pequena fortuna para voltar ao papel do capitão Steven Hiller, os roteiristas tiveram que rebolar para criar um história sem ele. E não é que conseguiram e convenceram? Claro que a grande ideia de usar o filho do protagonista anterior, Dylan Hiller, sugou todos os neurônios dos cincos roteiristas (sim, eu disse cinco) e eles não conseguiram fazer muito mais além disso. A estrutura e a relação dos personagens tem a profundidade de um pires trincado. Ah, deixa de ser chato. Você tá querendo filme arrasa-quarteirão com roteiro cabeção, é isso? Se liga mermão. [Ainda tenho esperança que um dia isso aconteça.]
É evidente que visualmente o filme é mais bem acabado, pois houve a evolução natural da computação gráfica, mas falta "punch" aos efeitos. Não há mais aquela sensação de ficarmos boquiabertos como no primeiro filme da franquia. Mas relevei e segui me divertindo. Claro que a solução da trama é, literalmente, uma personagem Deus ex machina, que não irrita tanto, mas que mostra ainda mais preguiça dos roteiristas. Se no primeiro filme temos uma ação muito bem orquestrada para achar o ponto fraco das naves alienígenas, aqui, em que o desafio se mostrava muito maior, a solução foi de um simplismo quase de respostas para provas escola infantil.
Independence Day: O Ressurgimento surge com um capítulo do meio para uma possível criação de uma franquia, já que o longa dá deixas disso e também já anunciaram o terceiro filme. Os blockbusters de Emmerich podem não agradar a todos, mas certamente, a maioria já assistiu um filme dele: Godzilla, O Dia Depois de Amanhã, 2012 e seu melhor trabalho Stargate (que ele está querendo continuar). Ela sabe como ninguém em chamar a atenção. Pena que ainda seja pouco para cinemão do século XXI. É preciso que ele queira fazer um upgrade, uma evolução do gênero. Nesse segundo Independence Day ele ficou inferior ao primeiro.
O problema permanece: visualmente rico, mas não tem a sensibilidade para discorrer da milhares de vidas ceifadas durante a invasão. A morte não tem o menor importância? |
Independence Day: O Ressurgimento (2016)
Direção: Roland Emmerich
http://www.imdb.com/title/tt1628841/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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