45 Anos
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Essencialmente, 45 Anos lida com um dos sentimentos mais controversos e complexos do ser humano, o ciúme. Você pode estar casado há 45 anos, ter vivenciado todas as facetas do amor em um relacionamento a dois, mas basta surgir um(a) potencial rival que tudo desanda. O que poderia não ter um grande impacto, caso o casal fosse mais jovem, aqui tem um sabor delicioso ao mostrar que nós humanos somos exageradamente semelhantes, sobretudo ao amar alguém, independente da idade.
Kate (Charlotte Rampling) e Geoff (Tom Courtenay) formam um casal que em breve irá comemorar 45 anos de casados, cuja vida calma e rotineira é chacoalhada com a informação que encontram o corpo da ex-namorada de Geoff, desaparecida nas montanhas da Suiça antes dele conhecer Kate. O que torna 45 Anos um filme interessante é como uma mulher morta a quase meio século pode abalar os alicerces de uma união, aparentemente, tão bem enraizada e firme.
Charlotte Rampling tem uma atuação singela e contida, em que o ciúme, a desconfiança e certo desespero transbordam em seu olhar. Quem me espantou mesmo foi a espetacular atuação de Tom Courtenay, na qual você nota que ele passou por algum problema cerebral, um AVC talvez, cuja sequela não é tão evidente, mas o talentoso ator consegue expor de forma sublime. A química do casal fica explicita na tela, fruto do talento do casal de atores, e não se admire se sua esposa/namorada lhe disser: Você é igualzinho esse velhinho. De fato, minha esposa me disse isso e respondi: Você é igualzinha a velhinha, inclusive ao tomar só metade do copo com água e deixá-lo sobre a pia. Ou seja, o amor é muito parecido, tanto lá, quanto cá, com poucos ou muitos anos de união.
A trama nos deixa bem envolvidos pela inquietação de Kate e seu leve ciúme. Até cheguei a criticar Geoff em insistir demasiadamente no assunto da ex-namorada, mas tudo muda na fatídica cena do projetor de slides. Ali enxergamos a dor que Geoff, como um bom e clássico homem, escondeu durante anos, que ninguém nunca soube e também nunca vão saber. 45 Anos explora muito bem as virtudes do ser humano em um relacionamento, mas têm maior êxito ao exibir nossos defeitos. A cena final deixa isso bem escancarado, pois mesmo depois de tudo que Geoff diz a Kate na festa, ela ainda não está satisfeita. Mulheres, elas nunca mudam. Homem, são sempre todos iguais. E por isso que nós nos amamos tanto.
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45 Anos (2015)
Direção: Andrew Haigh
http://www.imdb.com/title/tt3544082/
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