Jobs

Quando o melhor parte de uma cinebiografia da vida de Steve Jobs é a atuação de Ashton Kutcher, tem alguma coisa errada acontecendo. Jobs tem seus acertos, mas infelizmente 128 minutos é pouco tempo para discorrer sobre as inúmeras controvérsias desse gênio moderno.

O filme opta por recortar da criação da Apple, seu crescimento e os motivos da saída e retorno de Jobs à empresa. Pra mim, ficou faltando o momento crucial da história do homem que mordeu a maça da tecnologia: sua grande sacada do Ipod, Iphone, Ipad e o impacto da doença nessa corrida pela inovação. Esse recorte fundamental da vida de Jobs não é relatado. Quem sabe numa futura continuação.

É muito bacana ver o empenho de Kutcher para criar o Jobs já debilitado apresentando o Ipod; o jovem meio hippie, meio rebelde; e o empresário genial e genioso. Percebe-se que o ator abraçou o projeto e se entregou, tanto que merece ressalva aqui nessa modesta resenha. Pena que a direção de Joshua Michael Stern me pareceu crua e inexperiente para um trabalho tão rico e complexo, que certamente iria gerar muita curiosidade do público.

Senti que o longa ficou com uma cara de filme para nerd, tipo Piratas da Informática, que conta a história da rixa de Bill Gates, da Microsoft, com Jobs, da Apple. Só a molecada ligada em tecnologia viu esse filme, pois desejava entender a história que cruzava as duas empresas. Jobs, o filme, apenas conta parte da história do biografado e não tenta ir mais fundo, ousando refletir sobre o que difere o gênio do maluco. Tem que ser doido para dar o nome de maçã para uma empresa que faz computadores. Quem ia levar isso a sério? Esse maluco, as vezes arrogante e sem piedade, ousou querer mais e melhor, e conseguiu. Jobs será lembrado por muito anos, mas não creio que essa cinebiografia vá contribuir muito. Vale a pena ver para entender como ele saiu e voltou para a maçã mais valiosa do planeta.



Jobs (2013)
Direção: Joshua Michael Stern
http://www.imdb.com/title/tt2357129/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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