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Irmã Dulce

Irmã Dulce é um daqueles filmes que mesmo não sendo uma produção excepcional, a grandeza da história do cinebiografado, no mínimo, faz o espectador se emocionar. Em longas como esse, o melhor mesmo é o diretor ser humilde e se concentrar em contar para o público quem foi essa pessoa, tão nobre, que até mereceu um filme. A direção de Vicente Amorin (O Caminho das Nuves) é contida, sem floreios, algo que se encaixa no perfil de Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, chamada mais tarde de o anjo bom da Bahia.

O primeiro elogio é a grande atuação de Bianca Comparato, no papel da jovem Irmã Dulce. Perceba a sutileza do sotaque, sem excessos, e a maneira contida, porém expressiva, no olhar dela para com seus doentes. Fica explícito que Dulce era uma mulher inteligente, perspicaz e que diante de um possível problema, vê uma oportunidade. Regina Braga, que faz a irmã em idade mais adulta, também está muito bem e realiza  cenas muito mais complexas, tocantes e desafiadoras.

Com uma sutileza rara o longa consegue alfinetar a Igreja Católica e suas posturas diante de todo trabalho social de Irmã Dulce, sem nunca soar deselegante. Certo ou errado, ela enfrentou com altivez todas as consequências de suas escolhas, afinal, ela sabia como funcionava as regras da igreja. Emociona é o fato que, diante disso tudo que passou, ela nunca ou raramente fraquejou.

Independente das opções religiosas dos espectadores, Irmã Dulce é algo muito maior que o catolicismo. Uso o verbo no presente, pois o corpo morre, e a obra fica. O filme conta a história de uma pessoa estupenda, forte e amorosa, que entre muitas outras coisas, também era uma irmã de caridade. Pessoas como ela, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Yitzhak Rabin, entre outros, tiveram uma existência tão significativa que transcenderam a causa que defendiam. O longa é uma obra obrigatória para todos brasileiros, pois precisam saber como essa "senhora petulante" conseguiu construir uma das obras sociais mais significativas do país apenas estendendo a mão e pedindo por seus pobres. Clique aqui e veja o tamanho dessa obra. Ou seja, com obstinação e comprometimento é possível sim melhorar, ao menos um pouco, esse país. Tudo é uma questão de escolha. Como ela mesmo diz:"As pessoas que espalham amor, não têm tempo nem disposição para jogar pedras." 



Irmã Dulce (2014)
Direção: Vicente Amorim
http://www.imdb.com/title/tt3807222/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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