Todo Mundo Quase Morto

Andei sumido das críticas, mas já estou de volta. Tirei o atraso em relação a alguns filmes que saíram em DVD e VHS. Estarei postando os mais relevantes em artigos curtos. Uma das características que procuramos manter aqui no blog é descobrir novos filmes. Todo Mundo Quase Morto, tradução bizarra do título original Shaun of the Dead, é mais um daqueles filmes fadados ao limbo das prateleiras de locadoras. Uma sátira aos filmes de mortos vivos de George Romero, a produção não ganhou uma grande visibilidade no Brasil. Tentaram assemelhar o título a desgastada série Todo Mundo em Pânico, mas não funcionou.
A produção britânica satiriza com um toque ácido de humor negro e ironia. Tal acidez funciona bem no gênero terror, o que remete aos primeiros filmes do diretor Peter Jackson, Náusea Total e Fome Animal. O filme se afirma como terror, mas garante cenas muito engraçadas.
Shaun é um típico cidadão britânico fracassado que divide o apartamento com dois amigos, um bem sucedido e outro relapso, que passa os dias jogando vídeo game e vendendo maconha. Vendedor de loja, ele não consegue propiciar a namorada nada além de passeios sucessivos a um pub. A rotina faz dele em um verdadeiro zumbi. De loser a herói, a vida de Shaun muda quando a cidade é atacada por mortos vivos.
A premissa clichê e previsível não é uma barreira para quem deseja um pouco de cinema de entretenimento. Alusões ao sedentarismo humano em semelhança aos mortos vivos são bem interessantes. No fundo o filme é uma grande bobagem que nos diverte por quase duas horas, mas sem cair demais no pastelão. O respeito dos realizadores pelo gênero de terror acaba resultando em alguns momentos bem articulados de susto e suspense, como o cerco dos mortos vivos ao pub. Para quem aprecia humor negro britânico, George Romero ou simplesmente quer se divertir, o filme é uma boa pedida.

Todo Mundo Quase Morto (2004)
Direção: : Edgar Wright
Elenco: GSimon Pegg, Kate Ashfield, Nick Frost.

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com