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Demolição


Demolição é um filme em que acompanhamos o protagonista, Davis (Jake  Gyllenhall) desmoronar após um acidente de trânsito, em que ele perde algo valioso, mas não sabe bem o quê. Você não sabe se ele vai esfacelando por conta dessa perda, ou se essa perda é o ponto de partida para demolir o que Davis entedia sobre o que é "viver".

O longa é uma grande metáfora, sutil e riquíssima em significados, contudo pode soar como um cara doido que não sabe lidar direito com a perda de algo que ele amava. Mas a primeira questão que o filme propõe é: ele realmente amava? Vixe, o espectador vai aos poucos percebendo que, na verdade, é o filme que está com um marreta nas mãos tentando o demolir. Extremamente sensível, o brilhante roteiro de Bryan Sipe cria uma linda conexão entre uma defeituosa máquina automática de salgadinhos e doces com uma mulher igualmente em ruínas e seu filho que não consegue se encaixar no mundo. Davis enxerga neles o amparo necessário para não ver no espelho o louco que todos ao redor insinuam que ele esteja ficando.

Demolição traz não só um das melhores atuações da carreira de Jake Gyllenhall, mas também ratifica como é talentoso o diretor Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas). Ano após ano Gyllenhall (Os Suspeitos , O Homem Duplicado e O Abutre) mostra que está próximo de receber os prêmios que já vem merecendo. Assim como em Demolição ele vem se refazendo e se desconstruindo. Pena que as pessoas demorem tanto para enxergar que é no estranho, no quase rascunho, no encardido, no sujo é que reside as melhores discussões. Gyllenhall e o cinema de Vallée transitam nessas vielas que quase ninguém quer passear. Como diria Lenine, "Eu quero mais erosão, menos granito". Entendeu a metáfora? Não. Assista Demolição e imploda seus conceitos.





Demolição (2015)
Direção: Jean-Marc Vallée
http://www.imdb.com/title/tt1172049/

  Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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