Dexter - Final
As quatro primeiras e irretocáveis temporadas de Dexter, meu psicopata favorito, catapultaram a série às alturas, sobretudo com a dolorosa e inesperada morte na conclusão da quarta temporada. As temporadas seguintes andaram aos tropeços, mas a legião apaixonada pelo serrial killer e seu Dark Passenger o acompanhou até o fim de sua instigante e triste jornada.
A conclusão da série foi coerente, dando a Dexter uma punição à lá causa e consequência. O psicopata cult de Miami, de acordo com o código de Harry, deveria matar apenas pessoas ruins e livrar a sociedade da escoria. Contudo, ao longo de oito temporadas Dexter cometeu erros, gente inocente morreu ou foi impacta pelas ações e escolhas dele. Natural que tudo isso tivesse um desfecho trágico, o que de fato acontece. Desde os primeiro minutos do último episódio há um clima árido e triste no ar. A trama ilustra isso com a iminente tempestade que vai atingir não só Miami, mas a vida do protagonista.
(Com Spoilers) Nada mais justo que punir Dexter naquilo que ele mais preza, Debby. Uma pena que a irregularidade da série nas duas últimas temporadas diminuiu a possibilidade do impacto emocional dessa perda para os espectadores. Não foi aquela faca no peito do final da quarta temporada, vendo Rita boiando ensanguentada na banheira, mas foi doloroso vê-lo desligar de botão da máquina. Já era previsível que o envolvimento emocional dos irmãos culminaria em uma conclusão que os separasse. Gosto do final, mas ainda acho que poderia ser ainda mais dilacerante. A cena do barco quase conseguiu chegar lá.
Então Dexter Morgan, o serial killer mais famoso das telas, desde Hannibal Lecter, opta por entregar-se a morte indo de encontro a tempestade. Seria deprimente ver uma personagem tão forte e convicta entregar-se a estupidez clichê do suicídio. O roteiro prega uma peça nos espectadores e mostra a seguir que Dexter compreendeu a sua jornada e as consequências que ela o trouxe. Apesar de toda habilidade e faro do seu Passageiro Sombrio para executar o que precisa ser feito, sua busca pela humanidade vitimou Doakes, Laguerta, Rita, Vogel, Zach, Debby, entre outros. Por mais que ele queira se tornar humano e comum, por onde ele passa fica um rastro de sangue, dor e morte. É impossível ter a Morte como companheira, sem que ela afague alguém próximo. Portanto, o mais seguro é ficar sozinho com ela, pois a Dona com a foice parece ser um tanto ciumenta. O triste e duro fim de Dexter Morgan é justo e coerente. Entre episódios apoteóticos e oscilações narrativas, a série entregou uma conclusão satisfatória. As últimas temporadas mereciam um pouco mais de esmero, mas convenhamos, nem Arquivo X e Lost conseguiram um equilíbrio linear. Agora Dexter, nos reencontramos nos livros.
Dexter (2006-2013)
http://www.imdb.com/title/tt0773262/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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A conclusão da série foi coerente, dando a Dexter uma punição à lá causa e consequência. O psicopata cult de Miami, de acordo com o código de Harry, deveria matar apenas pessoas ruins e livrar a sociedade da escoria. Contudo, ao longo de oito temporadas Dexter cometeu erros, gente inocente morreu ou foi impacta pelas ações e escolhas dele. Natural que tudo isso tivesse um desfecho trágico, o que de fato acontece. Desde os primeiro minutos do último episódio há um clima árido e triste no ar. A trama ilustra isso com a iminente tempestade que vai atingir não só Miami, mas a vida do protagonista.
(Com Spoilers) Nada mais justo que punir Dexter naquilo que ele mais preza, Debby. Uma pena que a irregularidade da série nas duas últimas temporadas diminuiu a possibilidade do impacto emocional dessa perda para os espectadores. Não foi aquela faca no peito do final da quarta temporada, vendo Rita boiando ensanguentada na banheira, mas foi doloroso vê-lo desligar de botão da máquina. Já era previsível que o envolvimento emocional dos irmãos culminaria em uma conclusão que os separasse. Gosto do final, mas ainda acho que poderia ser ainda mais dilacerante. A cena do barco quase conseguiu chegar lá.
Então Dexter Morgan, o serial killer mais famoso das telas, desde Hannibal Lecter, opta por entregar-se a morte indo de encontro a tempestade. Seria deprimente ver uma personagem tão forte e convicta entregar-se a estupidez clichê do suicídio. O roteiro prega uma peça nos espectadores e mostra a seguir que Dexter compreendeu a sua jornada e as consequências que ela o trouxe. Apesar de toda habilidade e faro do seu Passageiro Sombrio para executar o que precisa ser feito, sua busca pela humanidade vitimou Doakes, Laguerta, Rita, Vogel, Zach, Debby, entre outros. Por mais que ele queira se tornar humano e comum, por onde ele passa fica um rastro de sangue, dor e morte. É impossível ter a Morte como companheira, sem que ela afague alguém próximo. Portanto, o mais seguro é ficar sozinho com ela, pois a Dona com a foice parece ser um tanto ciumenta. O triste e duro fim de Dexter Morgan é justo e coerente. Entre episódios apoteóticos e oscilações narrativas, a série entregou uma conclusão satisfatória. As últimas temporadas mereciam um pouco mais de esmero, mas convenhamos, nem Arquivo X e Lost conseguiram um equilíbrio linear. Agora Dexter, nos reencontramos nos livros.
Dexter (2006-2013)
http://www.imdb.com/title/tt0773262/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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