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Demolidor

Eis que nessa avalanche de adaptações de super heróis nas telonas e telas HD surge a melhor adaptação de HQ da história do audiovisual.  A série da Netflix, Demolidor, traduz com muita precisão a aridez das hqs, mas que o cinema nunca teve muita coragem de fazer, afinal, poderia assustar a platéia. Tudo aquilo que esperávamos que a nova trilogia Batman, de Christopher Nolan, pudesse trazer do mundo dos quadrinhos para os cinemas (ele passou perto, mas não chegou lá), Demolidor acerta e, para me deixar ainda mais babando, tem potencial para mais.

A série já se destaca em estabelecer que o público alvo são adultos e não a molecada que consome ingressos e produtos das franquias. Demolidor também não é um herói dos mais palatáveis para essa moçada que vê no universo Vingadores essa Coca-Cola toda. Apesar da pancadaria salpicada de sangue (vixe como tem sangue) a série está mais para o drama do que a ação. Em meros 13 episódios da primeira temporada temos um belíssimo arco dramático sobre a transformação de um vigilante noturno cego com um goro preto na cabeça em um super herói. É meu amigo, só vamos conhecer o diabo vermelho de Hells Kitchen no último episódio. Putz, os produtores esfregam na sua cara: o que faz de alguém um herói não é sua roupa pitoresca, mas sua atitudes. Você vai acompanhando a narrativa e tem a certeza que o homem de preto é o Demolidor.

É bom destacar o eficiente trabalho da equipe de atores, com destaque para o protagonista que faz o herói, interpretado por Charlie Cox. Funciona tão bem e convincente que nem nos lembramos que Ben Aflleck tentou fazer algo parecido no passado, mas não consigo me lembrar o nome do filme...pouco importa, ninguém vai lembrar desse filme mesmo. Mas todo esse grato elenco se esmaece diante da triunfal caracterização de Vincent D'Onofrio como o vilão Wilson Fisk . Vamos ser justos, no mínimo uns 50% da série deve-se à presença avassaladora do personagem. Manual do roteiro: tão importante quanto ter um bom mocinho, tenha um péssimo vilão. No estilo Darth Vader. Fisk, que mais tarde será conhecido como o Rei do Crime, é de tirar a cabeça. Digo, literalmente.

O primeiro passo de Demolidor foi surpreendente e deixa claro que a Marvel não está brincando quando entrou chutando a porta do entretenimento com seus heróis. Eles vendem ingressos e quinquilharias dos seus produtos lançados no cinema e experimentam níveis mais arrojados de entretimento na TV. É possível sim tocar temas profundos, caminhar um pouco pelas sombras e ainda sim termos heróis humanizados e falíveis. Infelizmente, não no cinema, por enquanto. Eles deviam ter quebrado a coluna do Homem Morcego em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, mas se contentara com apenas filmar a cena, faltou coragem para bancar as consequências. Que sejam bem vindas as adaptações de HQs na TV. Demolidor encheu os olhos e pode ser muito mais. Afinal, há outras maneiras de ver o que está ao redor. Quem sabe fechar olhos e escutar mais.



Demolidor (Daredevil - 2014)
Criado: Drew Goddard
http://www.imdb.com/title/tt3322312/

 The Lazarus Effect
(2015) on IMDb 
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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