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Divergente

O cinemão americano vive atualmente seu pior momento no que se refere à histórias originais. Para quem não é do ramo, explico. Roteiro original é aquele criado exclusivamente para as telonas. Essa triste carência que assola Hollywood faz com que as histórias em quadrinhos e muitos livros sejam adaptados para o cinema. Claro que não há nada de errado com isso e, por sorte, os estúdios estão escolhendo boas obras que, além de emocionalmente interessantes, rendem franquias de um, dois, três e até quatro filmes. Divergente, da escritora Veronica Roth, é o primeiro capítulo de uma trilogia, que mesmo soando bem parecido com a trilogia Jogos Vorazes, causa um bom impacto no espectador e convida-o a acompanhar os próximos passos de Tris, a garota divergente.

Dirigido por Neil Burger (Sem Limites e O Ilusionista) o longa é eficiente, mesmo tendo um didatismo um pouco maior que o necessário para explicar o enredo. Mas gradativamente o espectador se interessa pelo mundo dividido em facções de Beatrice(Tris), interpretada pela ótima Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas). É bom ficar de olho nessa garota, ela é bem maior do que se imagina. Com o desenvolvimento da trama, logo já estamos com a mão suada e torcendo por Tris. A parte do desenvolvimento pessoal da protagonista é muito bom, pena que o terceiro ato, sobre ações ditatoriais da vilã Jeanine, numa atuação desperdiçada de Kate Winslet, enfraqueçam o resultado final do longa.

Divergente consegue aguçar a curiosidade do espectador para conferir os próximos capítulos, que é a função básica e mínima de um primeiro capítulo de uma franquia. Assim como em Jogo Vorazes, o primeiro filme é um convite a seguir na jornada. Contudo, a força não é na mesma proporção que me fez ler urgentemente o três livros sobre Katniss Everdeen. Tris ganhou minha simpatia e prometo conferir os outros capítulos. Só fico receoso em saber até quando essa grande mina de adaptações cinematográficas de livros em série vai durar. Lembrando que as franquias Harry Potter, O Senhor dos Anéis, O Hobbit, entre outras, já estão chegando ao fim. Será que os estúdios sabem que uma obra literária não brota de um dia para outro ?



Divergente (Divergent - 2014)
Direção: Neil Burger
http://www.imdb.com/title/tt1840309/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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