300: A Ascensão do Império

Apesar do primeiro filme 300 não ser um primor, a obra é bastante eficiente e sinalizou para exuberância técnica dos efeitos especiais utilizando o recurso chroma key. Essa continuação é baseada na HQ Xerxes, de Frank Miller, que, curiosamente, até a data dessa resenha não foi lançada. Interessante é que o roteiro encontra um bom mote para dar sequência ao bravo sacrifício de Leônidas e seus 300 espartanos ao utilizar como contexto as batalhas de Maratona e Salamina, pena que esqueceram de fazer a referência mais famosa à corrida de Fidípides. Erro imperdoável.

Se o espectador deixar de lado todo o exagero visual com centenas de mortes e sangue digital voando até na câmera, 300: A Ascensão do Império mostra outro capítulo interessante da história grega. Tirando algumas liberdades poéticas, o longa agrega diversos personagens importantes, como Xerxes, Temístocles e Artemísia e consegue criar uma boa conexão com a história grega. Só de aguçar o apetite do espectador para saber mais sobre esse embate, persas e gregos, a continuação já é válida. Infelizmente, o desempenho da trama e das personagens são menos impactantes que no primeiro filme. O Lêonidas, de Gerard Butler, é muito mais empolgante e carismático que o Temístocles, de Sullivan Stapleton.

300: A Ascensão do Império não é um filme ruim, mas também não pode ser colocado na prateleiras dos bons. Quem se propõe a assistir esse tipo de filme, com muita ação, diálogos fracos, empostação excessiva e sangue, rios de sangue, sabe bem onde está embarcando. O resultado é inferior ao primeiro longa e o impacto da novidade estética, já não funciona mais. Uma pena que o Xerxes, de Rodrigo Santoro, seja tão mal explorado. Esse povo não aprende que um grande vilão, as vezes, é mais importante que um bom mocinho. Dath Vader é uma prova clara disso.



300: A Ascensão do Império (300: Rise of an Empire - 2014)
Direção: Noam Murro
http://www.imdb.com/title/tt1253863/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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