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Os Indomáveis

Realizar filmes do gênero faroeste (western) é um desafio dos mais traiçoeiros hoje para o cinema. Há quem diga que tudo de bom que o gênero poderia propiciar já foi feito. Sublinho, muito bem feito. Ainda assim, filmes como Os Imperdoáveis queimam a língua dos críticos apressadinhos. Agora, realizar um remake western, nos dias atuais? É preciso ter muita bala na agulha. Os Indomáveis, novo filme do diretor James Mangold (Johnny & June), consegue não só superar as expectativas mais pessimistas, como proporciona um bom entretenimento, com um leve toque emocional.

Baseado numa estória de Elmore Leonard e remake do clássico Galante e Sanguinário, da década de 50, o longa narra a jornada de Daven Evans (Christian Bale), um jovem rancheiro escolhido pelo xerife para escoltar Ben Wade (Russell Crowe), um perigoso líder de uma gangue, até o tribunal. Entretanto, Evans é surpreendido pelo bando do criminoso disposto a tudo para libertá-lo. O filme tem todos ingredientes que temperam um eficiente western. Não chega a ser empolgante, mas cativa o espectador a querer saber onde a estória vai acabar. Muito dessa identificação do público, com a estória e com as personagens, deve-se as excelentes atuações de Bale e Crowe. O diretor James Mangold é famoso por sua habilidade na direção de atores. Ele conseguiu achar uma harmonia muito eficiente no embate entre Evans e Wade. Portanto, basicamente, o filme se alicerça e é erguido por essas duas personagens.

Claro que é um western bem moldado, empacotadinho, trilha sonora no ponto, boas atuações coadjuvantes e os recursos técnicos do nível de uma grande produção Made In Hollywood. Há um pequeno deslize no final, em que fica muito mal explicado, ou seja mal conduzido, o porquê da atitude de Ben Wade ao final. [Não entrarei no mérito para não estragar a revelação] Talvez Mangold quis deixar no ar, para uma possível reflexão por parte do espectador. Mas ainda assim, achei meio confuso.

Os Indomáveis talvez passe em branco neste mercado cinematográfico cheio de bobagens alicerçadas em campanhas de marketing. Ainda assim, saliento que é importante vê-lo, afinal é um bom filme. Porém, aos admiradores da sétima arte, peço que prestem atenção no olhar ao longo do filme de Christian Bale. Por mim esse rapaz já deveria ter sido premiado desde o excelente O Operário, e tudo indica, assim espero, que em 2007 ele não vá passar desapercebido. Faço uma ressalva também a Russel Crowe, por quem nutro uma certa antipatia, que concebe um vilão inteligente, sagaz e charmoso. Ele parece estar voltando a velha forma, pois também realizou um ótimo trabalho no recente O Gângster.

Os Indomáveis é um faroeste que os fãs do gênero terão prazer de ver no cinema, mesmo que seja nostalgicamente. Talvez não vá com tanta rapidez para a estante dos DVDs, mas com certeza, vale a pipoca.


Os Indomáveis (3:10 to Yuma - 2007)
Direção: James Mangold
Elenco: Christian Bale, Vinessa Shaw, Russell Crowe, Ben Foster, Peter Fonda, Gretchen Mol, Alan Tudyk, Logan Lerman.

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com

Um comentário:

  1. Caro Gilvan,

    achei este "Os indomáveis" muito acima da média do que vem sendo feito no "cinemão" americano. Bem dirigido, bem interpretado, ótima trilha sonora! Claro que ele não é ( e nem intenciona ser) uma "revisão" do gênero: muito antes pelo contrário, fortalece e usa todos os clichês possíveis do faroeste. Mas o faz bem. Bem demais. Não sei se você já viu, mas sugiro também duas produções recentes do gênero faroeste que merecem atenção: "Rastro Perdido", de Walter Hill, e "Pacto de Justiça", do Kevin Costner. Bons exemplos que provam que esse gênero pode estar em coma, mas definitivamente não morreu!

    abraços,
    Guilherme Niffinegger

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