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Oscar - Premiação

A premiação do Oscar 2006 tinha tudo para ser a mais chata e previsível dos últimos anos. Um prêmio ali para o George Clooney, pois foi realizador exemplar do ano. Um outro acolá para Reese Witherspoon, pois eles querem transformá-la na próxima Nicole Kidman. Outro para o roteiro de Crash - No Limite, pois Paul Haggis foi esquecido ano passado por Menina de Ouro. Ainda outro para o Ang Lee, pois foi mesmo o melhor diretor. Três prêmios técnicos para o King Kong virtual e outros três estéticos para as belezas das Memórias de uma Gueixa. Philip Seymour Hoffman e Rachel Weisz eram barbadas desde o início.
Então veio o furacão. Jack Nicholson anuncia com espanto Crash – No Limite como o vencedor do Oscar de melhor filme. Uma surpresa tremenda. Não que seja um filme ruim, acho um ótimo, mas o páreo esse ano era duro demais. Tudo bem que o conservadorismo dos votantes para melhor filme não aceitou o homossexualismo entre cowboys. Mas entre Munique e Crash – No Limite, fico com o filme de Spielberg.
Esbarramos em outra barreira. O conservadorismo dos membros da Academia, em sua maioria devem ser judeus bem-sucedidos da indústria cinematográfica, contra o filme politicamente incorreto, para eles, sobre o revide de Israel ao ataque das olimpíadas de Munique. Resta-nos, pra mim e para os votantes, Boa noite e Boa Sorte, Capote e Crash – No Limite. O filme de Clooney é bem realizado, preciso e fundamental para todos os jornalistas da atualidade, mas premia-lo seria demais.
Capote é uma ótima biografia, que baseada no recorte da fase mais importante do biografado, o escritor Truman Capote, podemos conhecê-lo quase como um todo. Apesar de ser uma experiência interessante, no que cerne à narrativa de biografias, só ganhou a indicação a melhor filme pela atuação de Philip Seymour Hoffman. Restou mesmo Crash – No Limite. Um filme que explana sobre a série de preconceitos que a sociedade americana possui leva a estatueta. Curioso, para não falar ironicamente engraçado, o preconceito dos votantes o fez vitorioso da noite. Paul Haggis é um bom diretor e conseguiu dar vida a um roteiro maravilhoso. Agora, não há como comparar a beleza de tudo que Ang Lee insere em O Segredo de Brokeback Moutain.
Discutir se foi ou não injustiça é perda de tempo. A realização cinematográfica não é concebida para vencer ou perder, sim para agregar algo ao espectador. Neste ponto, todos os cinco indicados são esplêndidos e devem ser obrigatoriamente conferidos. Nesta lista incluo Syriana, Ponto Final e O Jardineiro Fiel. Quem não assistir a esses oito filmes, pode desistir de ir ao cinema (fui dramático). A melhor safra dos últimos anos em uma temporada claramente viria acompanhada de alguma coisa errada. Ficou por conta da Academia, que há algum tempo vinha premiando corretamente, mas retornou aos equívocos normais. Lembra-se de Shakespeare Apaixonado? Eu não, muito obrigado.

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com

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