Header Ads

Johnny e June

As excelentes atuações de Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon fazem com que Johnny e June transborde charme e ternura. Apesar de tocar em temas pesados como morte e abuso de drogas, o filme consegue ser leve e divertido, ideal para uma tarde de domingo. Ao terminar, temos a impressão de ter assistido a uma história de amor verdadeiro, daquelas que nos dão esperança e ânimo para superar qualquer tipo de dificuldade – e nos sentimos como bobos otimistas.

As fortes personalidades de Johnny e June sustentam o filme a que dão nome. Os atores constroem personagens complexos, cativantes e carismáticos, assim como foram os originais Johnny Cash e June Carter. A força e persistência de June impressionam tanto quanto seu humor e alegria - uma atuação radiante de Reese Witherspoon que lhe rendeu o Oscar de 2006. São de encher os olhos cenas como a que a família expulsa de casa o traficante que visita Johnny, tentando mantê-lo longe das drogas que tanto avacalharam sua vida. Os atores não só interpretam bem como cantam com imensa competência. Os sotaques, as expressões e a caracterização ajudam a conferir realidade e vitalidade à trama, ambientada nas décadas de 50 e 60.

O roteiro vai da problemática convivência familiar de Johnny à relação do mesmo com seu enorme sucesso profissional, trazendo consigo a oferta de drogas e festas um tanto quanto liberais. Os conflitos com a família de origem não se limitam à infância e perpassam toda a vida do cantor. Momentos como o que Cash, no palco, é ovacionado por um público de fãs histéricos em contraste com seus próprios pais e esposa imóveis e inertes provocam tristeza e decepção. Como se trata de um filme baseado em fatos e na vida real nem tudo são flores, não há um final feliz generalizado, como poderia se esperar de um filme divertido como este. Sob alguns pontos de vista, os personagens obtêm sucesso, mas em outros, não. Enfim, como tudo na vida.

Avaliando o filme como uma obra fechada em si, a obra de James Mangold alcança um bom resultado. Johnny e June é divertido, entretém, com a ajuda dos números musicais, e até transmite valores humanos. Já procurando enxergar o roteiro como uma adaptação para as telas de uma vida inteira de uma personalidade conhecida no mundo do rock, é possível encontrar falhas. Entretanto, uma cinebiografia necessariamente faz um recorte da realidade e uma adaptação dessa espécie fatalmente possui defeitos. Os fãs realmente conhecedores de J.R. Cash podem sentir falta de alguns acontecimentos ou aspectos de sua vida, não gostar do foco do filme ou de como essas figuras foram retratadas. Esse não é o meu caso e, particularmente, acredito que o longa funciona muito bem, de forma independente.

James Mangold faz de Johnny e June um filme extremamente simpático e envolvente, sendo capaz de emocionar o público. É fácil perceber que ali há uma bela história de amor verdadeiro e de valores como a força da família e a perseverança.

Johnny e June (Walk the Line, 2005)
Direção: James Mangold
Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Dallas Roberts.


Mariana Souto - souto_mariana@yahoo.com.br

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.