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O Homem da Máfia

O diretor Andrew Dominik já causou furor com seu filme de estréia Chopper - Memórias de um Criminoso e mostrou-se muito maior do que se imaginava com o estupendo O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford. Retornando a parceria com Brad Pitt, em O Homem da Máfia, o diretor propõe um debate sobre a falta de escrúpulos e mundo dos negócios. Matar uma pessoa é como fazer uma aplicação financeira. Dependendo do nível de risco da transação é melhor apagar o cara. Jackie (Pitt) é o homem contratado para realizar o trabalho, mas claro, com a ajuda de um advogado (Richard Jenkins). Advogado com assassino de aluguel? O que é isso? Bem-vindo ao mundo do crime na era da globalização.

O filme procura alinhar o cenário político e econômico atual dos EUA com o enredo da história. Em certo momento, o homem contratado para matar sub-contrata um outro assassino para fazer o trabalho. Ele chega no aeroporto puxando uma pequena mala de mão, ao estilo businessman. Até os assassinatos estão utilizando a terceirização? Por trás dessas colocações o roteiro debate a maneira como o crime organizado se molda ao mundo. Se a fase está ruim, pós crise americana de 2008, vale até pechinchar com o matador de aluguel. Note, que os verdadeiros donos do dinheiro não aparecem no filme, apenas utilizam o advogado, sem nome, para representá-los. Ou seja, a máfia não é mais como no tempo de Don Corleone.

O ritmo lento do filme incomoda um pouco e as reflexões propostas são sutis, o que pode deixar alguns espectadores à deriva. Essa sutileza, que é bem quista por muitos cinéfilos, cansados de roteiros óbvios demais, atrapalha na construção da conexão entre filme e espectador. O Homem da Máfia é um bom filme, mas que por falta de um bom soco (punch), algo que incomode bastante, logo será esquecido pelo cinéfilo. Uma pena.



O Homem da Máfia (Killing Them Softly - 2012)
Direção: Andrew Dominik
http://www.imdb.com/title/tt1764234/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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