A Perseguição
Após o exuberante Busca Implacável, Liam Neeson parece mesmo ir se tornado uma boa opção para filmes de ação. Em A Perseguição, Neeson interpreta Ottway, um homem cabisbaixo e silencioso que trabalha de segurança no Alaska. Seu objetivo é manter os trabalhadores da empresa a salvo dos predadores locais - lobos. Com uma arma carregada na mão o ser humano é praticamente invencível. Mas após um incidente, Ottway e seus companheiros de trabalho vêem-se confrontados por uma alcateia de lobos. Como arma, eles tem apenas fogo. E ai, quem você acha que vence?
A Perseguição é um longa deliciosamente angustiante, em que a aflição do espectador se demonstra na boca rangendo os dentes ou nas mãos suadas. Isso tudo por que queremos de algum forma avisar as personagens - sai daí, olha pra trás, não vai, volte. A inserção no filme é tão profunda, que não me admira se alguns cinéfilos começarem a sentir frio, pois o gelado ar do Alaska é ainda mais traiçoeiro que os lobos.
A direção e roteiro de Joe Carnahan são primorosos ao dosar pacientemente cada gota de sofrimento na narrativa. De uma maneira elegante, a trama apresenta gradativamente a esposa Ottway, em flashbacks, delineando para o espectador a personalidade do protagonista e por que ele está ali, escondido do mundo no meio de tanto gelo. O longa é um fabuloso pesadelo em branco neve. Ele só dá um escorregadinha nos efeitos digitais dos lobos, que com um olhar bem apurado pode-se perceber que não são tão reais. Também há em algumas cenas um excesso de neve digital, que cai abundantemente pela tela, mas as roupas das personagens continuam limpinhas, sem um floquinho gelado.
A Perseguição é a clara demonstração de como uma história simples pode render tantas reflexões e ainda assim entreter com qualidade o espectador. A conclusão lógica e corajosa da trama eleva ainda mais o filme, criando uma linda rima entre a cena final e a repetida poesia citada por Ottway. No fim, é preciso viver e lutar intensamente, pois há lobos por toda parte. Portanto, é preciso viver e morrer nesse dia.
A Perseguição (The Grey - 2011)
Direção: Joe Carnahan
http://www.imdb.com/title/tt1601913/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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A Perseguição é um longa deliciosamente angustiante, em que a aflição do espectador se demonstra na boca rangendo os dentes ou nas mãos suadas. Isso tudo por que queremos de algum forma avisar as personagens - sai daí, olha pra trás, não vai, volte. A inserção no filme é tão profunda, que não me admira se alguns cinéfilos começarem a sentir frio, pois o gelado ar do Alaska é ainda mais traiçoeiro que os lobos.
A direção e roteiro de Joe Carnahan são primorosos ao dosar pacientemente cada gota de sofrimento na narrativa. De uma maneira elegante, a trama apresenta gradativamente a esposa Ottway, em flashbacks, delineando para o espectador a personalidade do protagonista e por que ele está ali, escondido do mundo no meio de tanto gelo. O longa é um fabuloso pesadelo em branco neve. Ele só dá um escorregadinha nos efeitos digitais dos lobos, que com um olhar bem apurado pode-se perceber que não são tão reais. Também há em algumas cenas um excesso de neve digital, que cai abundantemente pela tela, mas as roupas das personagens continuam limpinhas, sem um floquinho gelado.
A Perseguição é a clara demonstração de como uma história simples pode render tantas reflexões e ainda assim entreter com qualidade o espectador. A conclusão lógica e corajosa da trama eleva ainda mais o filme, criando uma linda rima entre a cena final e a repetida poesia citada por Ottway. No fim, é preciso viver e lutar intensamente, pois há lobos por toda parte. Portanto, é preciso viver e morrer nesse dia.
A Perseguição (The Grey - 2011)
Direção: Joe Carnahan
http://www.imdb.com/title/tt1601913/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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