Header Ads

Pelé: O Nascimento de uma Lenda


Pelé: O Nascimento de uma Lenda é um saboroso filme sobre o icônico atleta do século XX que só peca por temperar um pouco de mais na glamourização do seu protagonista. Sim, o cara era um extra-terrestre, um gênio, um mito, mas o filme acerta mais em explorar seu lado humano e frágil, como na crise estomacal que teve antes da estréia na Copa do Mundo de 1958, do que ao enaltecê-lo. 

Começa como um Cidade de Deus e uma mulecada esperta batendo bola pelas ruas e vielas de Bauru onde mais tarde Dico, o futuro Pelé, daria os primeiros passos para ser o jogador de futebol mais conhecido do mundo. O tal Pelé era pra ser Bilé, mas nada como o sotaque mineiro para aperfeiçoar o apelido de uma das marcas mais valiosas da história [dizem quem Pelé é mais conhecido que a Coca-Cola]. A retratação da infância de Pelé é deliciosa, engraçada e emocionante. Quando ele chega ao Santos e sua ascensão à seleção brasileira é que o filme escorrega e já não consegue dominar a bola como anteriormente.

O excesso de Pelé no filme acaba deixando de lado momentos históricos e pitorescos da seleção brasileira e a Copa de 1958. O peso da derrota em casa em 1950 poderia ter ganho o contorno das duas belíssimas histórias que rondam o nascimento da camisa amarela mais conhecida e temida do futebol mundial e a lenda do manto azul por trás da folclórica camisa azul da seleção penta campeã do mundo. Muitos brasileiros não conhecem essa história e, se tratando de um filme americano sobre Pelé, o público merecia conhecer essas histórias. Mas o filme erra em falar apenas de Pelé e não ir além e falar de futebol. Ora, bolas Pelé e futebol são a mesma coisa. Os americanos que produziram o filme, claro, não sabem isso. Pesou a pouca intimidade com bola ainda dos diretores Zimbalist, cujo trabalhos anteriores são, essencialmente, em documentários.

Pelé: O Nascimento de uma Lenda é um bom e bonito filme, mas que não faz jus ao seu biografado. O negão, é ele mesmo, o Pelé, faz até uma ponta bem bacana no longa. Quem se deu bem mesmo foi outro negão, Seu Jorge, que está excelente como Dondinho, o pai e mentor futebolístico de Pelé. Ainda fico com o documental Pelé Eterno. Que nossa produção brasileira veja e tome vergonha: já passou da hora de fazermos bons filmes contando a história de nosso heróis, sobretudo no esporte. Mas é fundamental ter como parâmetro Garrincha: Estrela Solitária, cujo o livro é ótimo, e o filme um desastre completo.

Com 17 anos ele fez isso numa final de Copa do Mundo.

Pelé: O Nascimento de uma Lenda (2016)
Direção:  Jeff Zimbalist e Michael Zimbalist
http://www.imdb.com/title/tt0995868/

  Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
-

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.