Até Que a Sorte nos Separe 3: A Falência Final

De fato, o fio mestre da narrativa, o atropelamento e a sorte grande de trabalhar com um dos homens mais ricos do Brasil, não é dos mais inteligentes e interessantes da temporada. Hassum, como habitual, se esforça em seu excelente trabalho de improviso e arranca boas gargalhadas do público. O longa se destaca ao estabelecer uma pequena reflexão social e econômica sobre a maneira com que o brasileiro vem usando o dinheiro, seja no consumismo desgovernado das classes mais baixas até o enriquecimento sem esforço das elites. A cena do Daniel Filho é singular para esfregar isso na cara do espectador. Ainda há menções diretas ao falso rico, no caso Rique, que remete à Eike Batista e sua empresas com final X, que aqui ganha um retal cacófato, KHX. Como diz Tino: "Ih, lascou, tá tudo cagaxis". De alguma forma o longa bebe um pouco no bom resultado que Hassum obteve em O Candidato Honesto.
Apesar de mediano, assim como os dois filmes anteriores, Até Que a Sorte nos Separe 3: A Falência Final possui um dos momentos mais antológicos da comédia nacional, na cena em que Tino vai pedir ajudar à presidente (presidenta) Dilma Rousseff. É uma cena caricata, cartunesca, tudo over, mas é por isso que funciona tão bem. Comédia tem que ser uma ferramenta de crítica social e o longa além de posicionar-se temporalmente, contribui para discutir a situação político-econômica do país. O filme não é um primor, mas todas as risadas valem cada centavo.

Até Que a Sorte nos Separe 3: A Falência Final (2015)
Direção: Marcelo Antunez, Roberto Santucci
http://www.imdb.com/title/tt4491640/

-
Post a Comment