Distrito 9
Uma nave espacial chega ao planeta Terra e escolhe Joanesburgo, na África do Sul, como local de parada. Após semanas planando sobre a cidade, um equipe "humana" resolve averiguar quem ou o que há dentro da espaço-nave: milhares de alienígenas desnutridos e carecendo de cuidados. Humanamente, é oferecido auxílio aos novos amigos, que passam a viver em solo terreno, em um lugar reservado denominado Distrito 9. O que inicialmente é uma área de socilização e adaptação para os visitantes, com o passar dos anos se torna um gueto. Contudo, com uma diferença, negros e brancos são unânimes - esses camarões não são bem-vindos.
Distrito 9 é disparado o filme mais impactante da temporada 2009 e dificilmente será superado. Toda essa frenética bajulação repleta de adjetivos que a web propaga sobre o filme é realmente verdade. Primeiramente, é um filme de ficção científica com um recorte sociológico interessantíssimo. Ele trata os alienígenas como membros inferiores da sociedade, estabelecendo um certo paralelo com o racismo, a favelização e a exclusão social.
Entretanto, o aspecto diferencial da produção são os efeitos visuais. Em Distrito 9 os efeitos soam orgânicos e funcionais, a ponto de não conseguir notá-los ou mesmo distinguir o que é ou não efeito. Perceba nas conversas entre os humanos e alienígenas, não parece que o ator está conversando com algo que não está ali. Imagina-se então que o alienígena é um outro ator vestindo um figurino, quando "vrupttt", o alien faz um movimento humanamente impossível de ser realizado. Seu cérebro lhe envia a mensagem - é realmente um efeito - mas você não consegue acreditar. O mérito desse impecável trabalho de pós-produção, em parte é da Weta Digital, de Peter Jackson, que também assina a produção do longa.
O ponto mais fraco é o roteiro, que segue a fórmula, mocinhos pra cá, bandidos pra lá e um herói tentando se encontrar ao enfrentar as próprias limitações. Como filme de estréia, o diretor Neill Blomkamp, optou em não arriscar narrativamente. O que para alguns críticos soou como covardia, para mim foi uma cautela razoável. Cinema é negócio, portanto, é preciso vender os ingressos e quem sabe no futuro fazer uma grande obra de arte. Blomkamp fez um longa apreciável, com efeitos visuais hipnotizantes e deixou uma janela aberta para continuação. Quem sabe no próximo capítulo, já que os efeitos não surtirão o mesmo impacto, o roteiro seja mais aprofundado, pois campo para isso tem. Mas não custa lembrar da Síndrome de Matrix - muitos efeitos para acobertar a falta de direção.
Distrito 9 (District 9 - 2009)
Direção: Neill Blomkamp
Duração: 112 minutos
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