Deu a Louca em Hollywood
Sempre fui um admirador das comédias besteirol-pastelão. O deboche e a irreverência [inteligente] são os pilares de obras-primas deste sub-gênero, como Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu, Corra que a Polícia vem aí e todos os episódios da franquia Monty Python. Infelizmente, após o sucesso do primeiro capítulo de Todo Mundo em Pânico, uma sátira erótico-divertida de filmes de horror, os produtores de Hollywood descobriram uma oportunidade barata, simples e um tanto vulgar, de tirar uns trocados dos espectadores.
Anualmente um enlatado besteirol chega aos cinemas e quase sempre zombando dos grandes sucessos de bilheteria e/ou critica da temporada passada. São piadas frouxas que vez ou outra recaem em sexo, flatulências e racismo. Embora racionalmente repudie estes filmes, assisto a todos [aspirante a crítico sofre] e dou lá algumas poucas risadas. Deu a Louca em Hollywood segue a mesma linha, mas é infinitamente pior que todos os longas do gênero que já foram feitos.
O principal equívoco já se encontra no título original do filme – Epic Movie. Portanto, espera-se uma zombaria com os recentes filmes épicos que invadem os cinemas desde a Trilogia Senhor dos Anéis. A dupla de roteiristas, que também dirigem o longa, Jason Friedberg e Aaron Seltzer, ambientam dois terços da trama no universo de Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. A escolha já se mostra equivocada, pois há pouco o que trabalhar [satirizar] dentro deste ambiente e o filme satirizado não tem nada de épico.
Outro erro estúpido é insistir em satirizar clipes de Rap e R&B. Quem não vive inserido dentro dos Estados Unidos, que hoje vive uma crise na música pop em decorrência da infestação desta parte podre do rap de caras, bocas e bundas rebolando, não consegue identificar os artistas satirizados. Nada contra a piada de americano, aquelas que só eles entendem. O problema é que durante o filme há inúmeros clipes musicais sem graça como estes.
Assistir ao longa não é uma experiência totalmente entediante, pois há umas migalhas de piadas quase-divertidas e, graças a Deus, o filme dura apenas 86 minutos. Isso mesmo, 86 minutos, ou para melhor esclarecer, convertendo em horas, 01:26 uma hora e vinte seis minutos. Desconte 10 minutos de letreiros finais – 01:16. É um absurdo pagar um cinema [caro] para assistir, praticamente, um média-metragem.
A pior sensação produzida por Deu a Louca em Hollywood é ver a carreira do, antes promissor, Crispin Glover (A Vingança de Willard) afundar-se junto com o filme. O deboche e a irreverência que faltam no longa, felizmente acabam sobrando nas resenhas criticas sobre o longa. Fiquei aqui idealizando um final debochado, mas o simples fato de escrever sobre ele já é um tanto sem graça.
Deu a Louca em Hollywood (Epic Movie - 2007)
Direção: Jason Friedberg e Aaron Seltzer
Elenco: Kal Penn, Adam Campbell, Jennifer Coolidge, Jayma Mays, Faune A. Chambers, Crispin Glover.
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
Anualmente um enlatado besteirol chega aos cinemas e quase sempre zombando dos grandes sucessos de bilheteria e/ou critica da temporada passada. São piadas frouxas que vez ou outra recaem em sexo, flatulências e racismo. Embora racionalmente repudie estes filmes, assisto a todos [aspirante a crítico sofre] e dou lá algumas poucas risadas. Deu a Louca em Hollywood segue a mesma linha, mas é infinitamente pior que todos os longas do gênero que já foram feitos.
O principal equívoco já se encontra no título original do filme – Epic Movie. Portanto, espera-se uma zombaria com os recentes filmes épicos que invadem os cinemas desde a Trilogia Senhor dos Anéis. A dupla de roteiristas, que também dirigem o longa, Jason Friedberg e Aaron Seltzer, ambientam dois terços da trama no universo de Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. A escolha já se mostra equivocada, pois há pouco o que trabalhar [satirizar] dentro deste ambiente e o filme satirizado não tem nada de épico.
Outro erro estúpido é insistir em satirizar clipes de Rap e R&B. Quem não vive inserido dentro dos Estados Unidos, que hoje vive uma crise na música pop em decorrência da infestação desta parte podre do rap de caras, bocas e bundas rebolando, não consegue identificar os artistas satirizados. Nada contra a piada de americano, aquelas que só eles entendem. O problema é que durante o filme há inúmeros clipes musicais sem graça como estes.
Assistir ao longa não é uma experiência totalmente entediante, pois há umas migalhas de piadas quase-divertidas e, graças a Deus, o filme dura apenas 86 minutos. Isso mesmo, 86 minutos, ou para melhor esclarecer, convertendo em horas, 01:26 uma hora e vinte seis minutos. Desconte 10 minutos de letreiros finais – 01:16. É um absurdo pagar um cinema [caro] para assistir, praticamente, um média-metragem.
A pior sensação produzida por Deu a Louca em Hollywood é ver a carreira do, antes promissor, Crispin Glover (A Vingança de Willard) afundar-se junto com o filme. O deboche e a irreverência que faltam no longa, felizmente acabam sobrando nas resenhas criticas sobre o longa. Fiquei aqui idealizando um final debochado, mas o simples fato de escrever sobre ele já é um tanto sem graça.
Deu a Louca em Hollywood (Epic Movie - 2007)
Direção: Jason Friedberg e Aaron Seltzer
Elenco: Kal Penn, Adam Campbell, Jennifer Coolidge, Jayma Mays, Faune A. Chambers, Crispin Glover.
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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