Jogos Vorazes
Após mais de duas horas de filme, Jogos Vorazes ainda deixa um gostinho na boca e uma ansiedade para descobrir: e aí o que vai acontecer com a Katniss Everdeen? Essa constatação já demonstra o quão eficiente e interessante é o primeiro longa da trilogia da escritora Suzanne Collins. Fica explicito que, para não perder público e arrecadação, o longa dirigido por Gary Ross deu uma aliviada na violência, apenas sugerindo, com algumas parcas cenas com sangue. A escolha foi apropriada guiando o espectador para uma reflexão sobre o modo déspota dessa sociedade que aniquila jovens em nome da tradição e, não para violência estética, algo que Batalha Real já havia feito sem grande êxito.
Por mais que o longa seja agradável e com um bom ritmo, o grande trunfo do projeto reside na escolha apropriada da atriz Jennifer Lawrence para viver a guerreira protagonista Katniss Everdeen. A talentosa e nova atriz, que já foi indicada ao Oscar por sua atuação em Inverno da Alma, demonstra firmeza ao criar uma jovem forte, ainda que mantenha alguns pontos de ingenuidade. Ela não gosta do jogo e não pretendia estar ali, mas joga conforme as regras, mesmo isso lhe causando algum desconforto. Essa distinção do que ela é, e o que ela precisa ser, foi muito bem construído na atuação de Lawrence. Há um ar de tensão constante na expressão da garota. Uma vontade de fugir de tudo aquilo, voltar pra casa e ir para floresta.
Claro que o longa não é aquele primor de reflexão ou mesmo cenas de ação. Ele soa moderado em tudo, justamente para tentar garantir a aceitação do público e assim viabilizar a realização dos dois próximos capítulos da franquia. O que menos importa é como os jovens do distrito 12 sobreviveram aos Jogos Vorazes, mas sim, como a forma utilizada por eles vai impactar na sociedade. O que era para ser um filme bem feito, deixou um gosto ainda mais saboroso nos espectadores, elevando assim a expectativa sobre o que virá depois. O contexto que é explorado com um pouco mais de interesse é a espetacularização da TV para o evento, que tem por objetivo matar jovens. Infelizmente, a intenção é boa, mas não é ampliada. É apenas um leve sugestão de reflexão.
Fica uma nítida impressão que há algo de Hitler e a atuação de Jesse Owens na Olimpíada de 1936 na concepção da história de Jogos Vorazes. O negro que avacalhou a festa da Olimpíada Nazista, com a menina do distrito pobre que venceu os favoritos usando amor. Vamos ver agora os próximos passos da franquia. Não sei se vou aguardar o próximo longa, ou se leio o livro antes. Só de gerar essa dúvida em mim, isso mostra que o filme funciona muito bem.
Jogos Vorazes (The Hunger Games - 2012)
Direção: Gary Ross
http://www.imdb.com/title/tt1392170/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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Por mais que o longa seja agradável e com um bom ritmo, o grande trunfo do projeto reside na escolha apropriada da atriz Jennifer Lawrence para viver a guerreira protagonista Katniss Everdeen. A talentosa e nova atriz, que já foi indicada ao Oscar por sua atuação em Inverno da Alma, demonstra firmeza ao criar uma jovem forte, ainda que mantenha alguns pontos de ingenuidade. Ela não gosta do jogo e não pretendia estar ali, mas joga conforme as regras, mesmo isso lhe causando algum desconforto. Essa distinção do que ela é, e o que ela precisa ser, foi muito bem construído na atuação de Lawrence. Há um ar de tensão constante na expressão da garota. Uma vontade de fugir de tudo aquilo, voltar pra casa e ir para floresta.
Claro que o longa não é aquele primor de reflexão ou mesmo cenas de ação. Ele soa moderado em tudo, justamente para tentar garantir a aceitação do público e assim viabilizar a realização dos dois próximos capítulos da franquia. O que menos importa é como os jovens do distrito 12 sobreviveram aos Jogos Vorazes, mas sim, como a forma utilizada por eles vai impactar na sociedade. O que era para ser um filme bem feito, deixou um gosto ainda mais saboroso nos espectadores, elevando assim a expectativa sobre o que virá depois. O contexto que é explorado com um pouco mais de interesse é a espetacularização da TV para o evento, que tem por objetivo matar jovens. Infelizmente, a intenção é boa, mas não é ampliada. É apenas um leve sugestão de reflexão.
Fica uma nítida impressão que há algo de Hitler e a atuação de Jesse Owens na Olimpíada de 1936 na concepção da história de Jogos Vorazes. O negro que avacalhou a festa da Olimpíada Nazista, com a menina do distrito pobre que venceu os favoritos usando amor. Vamos ver agora os próximos passos da franquia. Não sei se vou aguardar o próximo longa, ou se leio o livro antes. Só de gerar essa dúvida em mim, isso mostra que o filme funciona muito bem.
Jogos Vorazes (The Hunger Games - 2012)
Direção: Gary Ross
http://www.imdb.com/title/tt1392170/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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