Piratas do Caribe – No Fim do Mundo
Chega ao fim a suposta trilogia dos piratas da Walt Disney. Basta ver o final do longa para perceber – Piratas do Caribe ainda vai render outras continuações. Sendo assim, o espectador poderá deixar a sala de cinema sentindo dois tipos antagônicos de sentimento: “que legal, vai ter mais um, hein” ou “que droga, me enganaram esse tempo todo”. Particularmente, opto pelo segundo.
Piratas do Caribe – No Fim do Mundo tem todos os apetrechos de um fim bacaninha para se assistir com os amigos e se divertir um pouco. Aventura, suspense, beijos românticos, efeitos especiais arrebatadores e a excelente atuação de Depp como Jack Sparrow. Tudo bem, mas isso tudo já foi visto nos dois filmes anteriores. Com exceção dos efeitos especiais não há nada de novo neste capítulo da série.
Primeiramente, o roteiro não tem bem definido qual é o objetivo da trama. Salvar Sparrow para depois destruir David Jones (Bill Nighy), só isso? Interessante é que ao fim do longa, depois de destruído, outro toma o lugar de David Jones e, de certa forma, o problema continua. Melhor, o problema piora. Sparrow fica sem o Pérola Negra, pois Capitão Barbosa (Geoffrey Rush) o roubou, e Will (Orlando Bloom) não consegue ficar com sua amada. Opa, espera aí, voltamos ao ponto inicial do primeiro longa da série. Brincadeira, não? A rima do roteiro até soa bacana, mas é brochante acompanhar uma trilogia que não vai a lugar algum.
Como uma nau à deriva, o filme tentar compensar a falta de rumo com o sarcasmo e piadas de Sparrow. Infelizmente, não surte o mesmo efeito do segundo longa da trilogia. Ainda assim, Depp é que salva o filme do tédio. As cenas em que ele conversa com suas cópias é muito bem realizada. Fiquei curioso para entender a técnica do efeito destas cenas.
Se há algo que o longa não pode ser questionado é quanto o aspecto técnico. Tudo está impecável. Gore Verbinski é um excelente diretor e que tem uma parcela importante no sucesso da trilogia. Fica nítido que até onde deu para interferir com seu talento, ele o colocou. Porém, todos sabemos que nem sempre o filme, no caso, um blockbuster dessa magnitude, sai do jeito que o diretor quer. Se a Disney quer assim, será assim. Já diz o ditado: manda quem pode e obedece quem tem juízo. Isso não o absolve dos equívocos cometidos no filme.
As inúmeras fragilidades do roteiro destroçam o fio de trama que há no longa. Sparrow morre e volta, Capitão Barbosa morre e volta para buscar Sparrow e Will também morre e volta. Nesse emaranhado de piratas mortos-vivos, ala George Romero, nunca ninguém vai morrer de verdade nesta franquia, basta ir ao fim do mundo e buscá-lo de volta. Portanto, há uma falha grave no conceito da estória, que fatalmente comprometerá as futuras continuações. Outro grave equívoco é a pseudo-vilã Calipso. Cria-se todo um suspense sobre a nova antagonista e ela se transforma em um simples redemoinho. Só isso? Honestamente, até o bobinho Mar em Fúria me assustou mais.
Na resenha crítica de Piratas do Caribe - O Baú da Morte pontuei a oposição entre crítica e público. Que o sucesso dos piratas se dava pela escassez de bons filmes de aventura. Defendi o longa como um bom cinema de entretenimento. Em Piratas do Caribe – No Fim do Mundo eu não me diverti. Acho que isso simplifica a razão da cotação das duas estrelas. O filme não tem maiores ambições intelectuais, não propõe uma diversão diferente dos capítulos anteriores e ainda não conclui dignamente a estória da trilogia. Há uma maneira simples de avaliar se o filme é bom e se funciona. Pergunte-se: eu o assistiria novamente?
Piratas do Caribe – No Fim do Mundo é um longa burocrático e um entretenimento déjà vu . Fecha de forma ambígua uma trilogia até bem lucrativa. Eu viveria perfeitamente sem a Trilogia dos Piratas, mas nunca sem a atuação fabulosa de Depp como Jack Sparrow. É uma ambigüidade interessante. O certo é que através destes três filmes a Disney mostrou que está no mercado e vai lutar firme. Resta saber e torcer para que o pessoal da Pixar os ajude realizar filmes em live-action.
[Ps.: Onde foi parar a estranha marca negra na mão de Jack Sparrow? Não lembra ? Pois é, assista de novo a Trilogia.]
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End - 2007)
Direção Gore Verbinski
http://www.imdb.com/title/tt0449088/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
Piratas do Caribe – No Fim do Mundo tem todos os apetrechos de um fim bacaninha para se assistir com os amigos e se divertir um pouco. Aventura, suspense, beijos românticos, efeitos especiais arrebatadores e a excelente atuação de Depp como Jack Sparrow. Tudo bem, mas isso tudo já foi visto nos dois filmes anteriores. Com exceção dos efeitos especiais não há nada de novo neste capítulo da série.
Primeiramente, o roteiro não tem bem definido qual é o objetivo da trama. Salvar Sparrow para depois destruir David Jones (Bill Nighy), só isso? Interessante é que ao fim do longa, depois de destruído, outro toma o lugar de David Jones e, de certa forma, o problema continua. Melhor, o problema piora. Sparrow fica sem o Pérola Negra, pois Capitão Barbosa (Geoffrey Rush) o roubou, e Will (Orlando Bloom) não consegue ficar com sua amada. Opa, espera aí, voltamos ao ponto inicial do primeiro longa da série. Brincadeira, não? A rima do roteiro até soa bacana, mas é brochante acompanhar uma trilogia que não vai a lugar algum.
Como uma nau à deriva, o filme tentar compensar a falta de rumo com o sarcasmo e piadas de Sparrow. Infelizmente, não surte o mesmo efeito do segundo longa da trilogia. Ainda assim, Depp é que salva o filme do tédio. As cenas em que ele conversa com suas cópias é muito bem realizada. Fiquei curioso para entender a técnica do efeito destas cenas.
Se há algo que o longa não pode ser questionado é quanto o aspecto técnico. Tudo está impecável. Gore Verbinski é um excelente diretor e que tem uma parcela importante no sucesso da trilogia. Fica nítido que até onde deu para interferir com seu talento, ele o colocou. Porém, todos sabemos que nem sempre o filme, no caso, um blockbuster dessa magnitude, sai do jeito que o diretor quer. Se a Disney quer assim, será assim. Já diz o ditado: manda quem pode e obedece quem tem juízo. Isso não o absolve dos equívocos cometidos no filme.
As inúmeras fragilidades do roteiro destroçam o fio de trama que há no longa. Sparrow morre e volta, Capitão Barbosa morre e volta para buscar Sparrow e Will também morre e volta. Nesse emaranhado de piratas mortos-vivos, ala George Romero, nunca ninguém vai morrer de verdade nesta franquia, basta ir ao fim do mundo e buscá-lo de volta. Portanto, há uma falha grave no conceito da estória, que fatalmente comprometerá as futuras continuações. Outro grave equívoco é a pseudo-vilã Calipso. Cria-se todo um suspense sobre a nova antagonista e ela se transforma em um simples redemoinho. Só isso? Honestamente, até o bobinho Mar em Fúria me assustou mais.
Na resenha crítica de Piratas do Caribe - O Baú da Morte pontuei a oposição entre crítica e público. Que o sucesso dos piratas se dava pela escassez de bons filmes de aventura. Defendi o longa como um bom cinema de entretenimento. Em Piratas do Caribe – No Fim do Mundo eu não me diverti. Acho que isso simplifica a razão da cotação das duas estrelas. O filme não tem maiores ambições intelectuais, não propõe uma diversão diferente dos capítulos anteriores e ainda não conclui dignamente a estória da trilogia. Há uma maneira simples de avaliar se o filme é bom e se funciona. Pergunte-se: eu o assistiria novamente?
Piratas do Caribe – No Fim do Mundo é um longa burocrático e um entretenimento déjà vu . Fecha de forma ambígua uma trilogia até bem lucrativa. Eu viveria perfeitamente sem a Trilogia dos Piratas, mas nunca sem a atuação fabulosa de Depp como Jack Sparrow. É uma ambigüidade interessante. O certo é que através destes três filmes a Disney mostrou que está no mercado e vai lutar firme. Resta saber e torcer para que o pessoal da Pixar os ajude realizar filmes em live-action.
[Ps.: Onde foi parar a estranha marca negra na mão de Jack Sparrow? Não lembra ? Pois é, assista de novo a Trilogia.]
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End - 2007)
Direção Gore Verbinski
http://www.imdb.com/title/tt0449088/
Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
É mesmo! Onde foi parar a marca negra da mão de Jack? Putz mais isso para deixar as coisas ainda mais confusas. Assino embaixo nas constatações Gilvan. Só queria ainda falar da confusão do roteiro onde acontece tudo ao mesmo tempo e nem sempre com as justificativas ou sujestões para entendimento claras. Muita coisa a gente advinha, não porque foram bem pontuadas, mas pq caminham para o obvio. Também não vou esquecer Jack Sparrow...
ResponderExcluirgostei de sua resenha! bem feitta!!!
ResponderExcluirme ajudou mto pra prova,valeu ai!