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Peter Jackson começa mudar Hollywood

Caros amigos leitores. Posto sempre aqui críticas cinematográficas e algumas dicas de curtas e vídeos disponíveis na net. Hoje, quero compartilhar com vocês a revolução que está acontencendo em Hollywood.

Peter Jackson, diretor responsável pela Trilogia O Senhor dos Aneis, resolveu inverter o processo no qual são feitos os filmes em Hollywood. A iniciativa que tinha tudo para ser frustrada, não fosse a presença do Oscarizado Peter JAckson, ganhou notoriedade e começa a fazer moda. Segue abaixo matéria do excelente blog Hollywood Wacht, de Ana Maria Bahiana.

02/05/2007 - PETER JACKSON VIRA A MESA
Enquanto o Brasil curtia um feriadão, em Hollywood Peter Jackson estava super ocupado pondo os toques finais num projeto ousado que pode mudar o modo como os filmes são feitos. Em vez de esperar que os estúdios lhe oferecessem alternativas para realizar o que deve ser seu próximo filme – a adaptação tela grande de Uma Vida Interrompida (The Lovely Bones), o magnífico best seller de Alice Sebold – Jackson enviou um pacote a quase todos os tops da cidade. Nêle havia um roteiro (assinado por êle e Fran Walsh e – o mais importante – uma carta especificando o orçamento previsto, a data de início das filmagens,as locações (Pensilvânia, efeitos e pós na Nova Zelândia ), um CD com as músicas de época que êle pretende usar no filme (que se passa ao longos dos 70) e outros detalhes, e pedindo, claramente, que cada estúdio faça uma proposta incluindo quanto podem investir, o que querem em retorno e quando/como pretendem distribuir a película.

É uma inversão completa do jogo da produção, e coloca o controle do projeto firmemente nas mãos de Jackson e sua produtora, a Wingnut (que ‘e baseada na Nova Zelândia, e não em Hollywood...). Segundo informa a sempre ligada Nikki Finke, os estúdios estão se rasgando todos desde ontem, tentando pescar este gordo projeto, que é sucesso na certa _ Peter Jackson + best seller+ grande história. Não todos, contudo: Jackson não enviou o pacote para New Line, com quem vem se desentendendo feio desde o final da trilogia Senhor dos Anéis...

Quem se lembra de Jackson apenas como diretor de épicos fantasiosos pode desconfiar de sua habilidade para tocar uma história tão íntima, intensa e delicada quanto a de Vida Interrompida (ATENÇÃO SPOILER PRA QUEM NÃO LEU O LIVRO – de uma outra dimensão uma adolescente assassinada vela por sua família e amigos, tentando consolá-los e levar à elucidação do crime de que foi vítima). Chequem, por favor, Almas Gêmeas (Heavenly Creatures), de 1994, primeiro filme da carreira de uma muito jovem Kate Winslet e um perfeito estudo sôbre a complexidade da alma adolescente e feminina. Treze anos depois, Jackson vai retornar ao mesmo território. Muito interessante.

QUATRO ESTÚDIOS DUELAM POR JACKSON

Sony, Universal, Warner e DreamWorks (que faz parte da Paramount) estão em franca disputa para capturar Uma Vida Interrompida (The Lovely Bones) o novo projeto de Peter Jackson. Como contei no post abaixo, Jackson deu a mão _ propôs um orçamento de produção de 65 milhões de dólares, custos eventuais de 10 milhões e um pacote de cachê (para êle mesmo, como diretor, produtor e roteirista) de 90 milhões _ e ficou esperando a resposta. Que, como se vê, não tardou a chegar.

Os mãos-de-vaca Fox e Disney não se manifestaram porque acharam tudo "muito caro". E a New Line não foi incluída na rodada.

Mas grana não é tudo. Jackson vai escolher baseado em quem lhe der melhor plano de lançamento e mais liberdade de movimentação.

05/05/2007 - NO LEILÃO DE JACKSON, SPIELBERG LEVOU VANTAGEM
A DreamWorks foi a vitoriosa no leilão pelo pacote The Lovely Bones. E não porque pagou mais _ na verdade, dos quatro estúdios concorrentes, foi a que ofereceu o menor cachê a Peter Jackson por seu trabalho (e talento) como diretor, produtor e roteirista (70 milhões de dólares segundo o LA Times). A presença de Spielberg (que agora se torna produtor executivo), sua afinidade pelo tema e amizade pessoal com Jackson, e o brilhante plano de marketing apresentado foram os fatores decisivos.

E assim muda Hollywood...

3 comentários:

  1. Isso para Hollywood é um marco. Antes de esperar para ser contratado e depois começar a trabalhar. Jackson trabalhou e ofereceu resultados. Mas trazendo a discussão para o Brasil, nossa dependência das leis de incentivo fizeram com que nossa forma de trabalho fosse sempre essa: primeiro desenvolvemos os projetos, passamos pelos avais de estado e empresas, para só depois sermos "contratados"...

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  2. Engraçado Brother,

    No Brasil sempre foi assim, mas hoje, li no blog de cinema do Ilustrada - http://ilustradanocinema.folha.blog.uol.com.br/arch2007-04-08_2007-04-14.html#2007_04-11_11_17_24-11204329-26
    Sobre a falência do cinema nacional.

    A hipótese mais atrevida, no entanto, foi formulada pelo roteirista Hilton Lacerda, co-diretor de "Cartola": "O cinema brasileiro está preparando um 'autogolpe'". A tese de Hilton é que, com tantos filmes sendo feitos (à custa das leis de incentivo) e tão pouco resultado aparecendo _seja porque os filmes mal estréiam ou porque estréiam francamente mal_, não tarda o momento em que a aplicação de dinheiro público na produção de cinema será posta em xeque. "Se esse quadro não for revertido, as pessoas poderão começar a achar que é melhor dar subsídio para fazer novelas, porque essas todo mundo vê. Ou seja, será uma inversão absoluta", diz Hilton.

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  3. Sem contar que além de The Love Bones, Spielberg e Jackson também estão envolvidos - conforme matéria do site adoro cinema - na produção da animação computadorizada de Tin Tin, do quadrinista Hergé. Bom ver essa mudança ocorrendo em Hollywood. Pena que aqui no Brasil se desvalorize essa tendência investindo-se em tanta porcaria.

    (http://claque-te.blogspot.com): Maria Antonieta, de Sofia Coppola.

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