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Somos Tão Jovens

É indiscutível que Renato Russo é um dos raros personagens míticos da música brasileira. Copiando seus ídolos (John Lennon, Jim Morrison, entre outros) ele foi embora um tanto cedo demais. Somos Tão Jovens é um excelente filme que desbrava a origem desse cantor, que com sua banda se tornou um poeta das angústias de sua geração e mesmo depois de 17 anos após sua morte, sua arte anda reverbera os anseios de jovens e não tão jovens assim.

O roteiro acerta ao explorar a história de Renato, no começo da carreira com o Aborto Elétrico até a formação da Legião Urbana e a gravação do primeiro álbum. O espectador está diante do jovem Renato e seus dilemas. Dilemas esses que serão percebidos em suas canções, muitas delas compostas nessa fase. Veja a inocência e a falta de sutileza do cantor ao entrevistar os amigos, como um jornalista, garimpando informações para criar suas obras, vide Eduardo e Mônica. Mas também verá que a tristeza, a dor e o arrependimento dele possibilitam nessa mesma época que ele componha uma das minha canções favoritas, Ainda é Cedo. O contexto com que a música é apresentada na narrativa é tão linda, que é impossível não conter as lágrimas.

A maneira com que o diretor Antonio Carlos da Fontoura trata e respeita a imagem do líder de uma "Legião" de seguidores, os milhares de fãs da banda, é louvável. Tamanho o esforço da produção e a atuação sensível e com todos os maneirismos do cantor, interpretado Thiago Mendonça, elevam o filme de mera peça para fãs da Legião à uma consistente reflexão sobre a juventude. O garoto rebelde e metido a rock star que em 1978 escreveu Que País é Este, parece continuar tão relevante hoje, 2013, em tempos que jovens em protesto saem às ruas manifestando sua insatisfação e pedindo o fim da corrupção.



Somos Tão Jovens (2013)
Direção:  Antonio Carlos da Fontoura
http://www.imdb.com/title/tt2215537

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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