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Os Borgias

Em 2006, o renomado diretor Neil Jordan (Traídos pelo Desejo e Fim de Caso) teve que dar fim, por falta de investidores, em seu ambicioso projeto de levar a saga da Família Bórgia para o cinema. Os anos passaram, a indústria cinematográfica vem tropeçando em escolhas fáceis e seguramente rentáveis, enquanto a TV alça voos mais ambiciosos. E depois de cinco anos, Jordan finalmente leva para telas (de Led, Lcd, plasma e o velho tubo de imagem) a controversa e interessante história da Família de Rodrigo Bórgia, que em 1492 tornou-se o Papa Alexandre VI.

A série já dava sinais de "aí vem outra obra-prima", antes de ser filmada, tendo a participação do produtor e roteirista Michael Hirst, responsável pelos roteiros dos dois filmes da bilogia Elizabeth e a série The Tudors. Ao escalarem Jeremy Irons para dar vida ao Papa Alexandre VI, muito cinéfilos, em que me incluo, estavam ávidos para acompanhar as sórdidas e tenebrosas histórias da Família Bórgia sentada na cadeira de São Pedro.

Rodrigo Bórgia é um cardeal espanhol, que com a morte do atual Papa, vê uma boa oportunidade de ascensão ao posto supremo da Igreja Católica. Ele não é o favorito, mas nada que uma boa política de troca de favores não compre a vontade alheia. O lascivo Rodrigo Bórgia, com ajuda de seu filhos, torna-se o Papa Alexandre VI. É isso mesmo. O Papa naquela época tinha filhos. Também tinha amante, mandava matar, entre muitas outras coisas. Diante de seu surgimento, cresce também a insatisfação de alguns cardeais, fomentando assim a rede de inimigos.  Mas ser o Papa não apenas ser a voz de Deus na Terra, traz muitas outras obrigações, que a série Os Bórgias apresenta com encanto avassalador.

A proximidade quase incestuosa de
Lucrécia e Césare Borgia
Fim da primeira temporada, nove episódios se foram, e embasbacado me entristeço ao saber que só daqui há um ano terei como acompanhar a segunda temporada. Essa é a melhor análise que um série pode receber, o anseio urgente pela próxima temporada. Da direção de arte aos figurinos, dos momentos solenes do roteiro às interpretações certeiras do elenco, tudo está milimetricamente encaixado. Jeremy Irons realiza, acredito, a melhor performance de sua carreira, algo que merece uma atenção especial nas premiações. O restante do elenco, composto por atores novos e desconhecido do público, surpreende, sobretudo Holliday Grainger (Lucrezia Borgia) e  François Arnaud (Césare Borgia). Reza a lenda que Lucrezia e Césare tinham um caso incestuoso, cujo o recomendado livro Os Bórgias, de Mário Puzo, mostra bem. Na série esse lado pecaminoso é, por enquanto, apenas sugerido. Mas está explicito na atuação de ambos os atores, um quê sexual na relação entre eles.

Esse é o Papa Alexandre Bórgia
Talvez a melhor maneira de avaliar o quanto a série é bem realizada e interessante, foi constatar que minha digníssima esposa, avessa à produções de época, acompanhou todos os episódios, deixando ao longo do percurso alguns comentários bem pitorescos: "esse Papa é safado mesmo". Comentário esse extraído após a cena em que Alexandre VI explica as questões políticas territoriais do papado usando o corpo de Giulia Farnese, sua amante. Nunca a França foi tão atrativa. Não entendeu? Assista a série.




 
Os Borgias (The Borgias - 2011) 
Direção: Neil Jordan
http://www.imdb.com/title/tt1582457/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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