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O Dia do Galo

Meus amigos cruzeirenses insistem que sou um atleticano "enrustido", apesar de sempre afirmar minha paixão sãopaulina. Mas fica difícil contrariá-los, pois eu estava lá no Mineirão, no Dia do Galo, no dia 25 de julho de 2013, quando o Clube Atlético Mineiro conquistou o seu maior título, a Copa Libertadores da América. Foi dia 25 mesmo, pois já passavam das 0h, e de acordo com o presidente da época, Alexandre Kalil, 24 é coisa do povo do outro lado da lagoa (nessa resenha não pode falar o nome do Cruzeiro, ops, falei - risos).

É dessa adorável rivalidade mineira que nasce o amor inebriante do torcedor de futebol. O ótimo O Dia do Galo é sutil e sensível ao mostrar o que há de melhor no futebol: o torcedor. Ele mostra diversas pessoas nas horas que antecedem o grande dia em que o Galão foi campeão da América. Cada qual com suas manias e sua maneira de torcer. Uns desbocados, outros quietos. Uns choram, outros ficam sérios. Como cada um reage à angústia até o derradeiro gol de empate aos sufocantes 41 minutos do segundo tempo. Vixe, foi na bacia das almas. Mas como disse o Mário "Caixa", a voz do Galo na Rádio Itatiaia: "Por que é que tem ser tão sofrido assim?"

O Dia do Galo é um filme que deve ser apreciado por todos que gostam de futebol. Ele mostra um pouco dessa paixão irracional que nos faz abraçar o sujeito que você nunca viu na vida, assim que seu time faz um gol. O documentário mostra essa força da nossa natureza humana, que une todos é prol de um só objetivo: o amor pelo time de coração. É de encher os olhos ver o narrador Mario Caixa explodir em uma felicidade descomunal, à lá Galvão Bueno e seu "É TETRA", e transmiti-la para milhares de ouvidos atleticanos espalhados pelo mundo. Percebemos onde o profissionalismo se mistura à paixão e podemos conferir algo único, que nasce de um momento que também é único e graças ao excelente trabalho dos diretores Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes, essa magia ficou registrada e será conferida no futuro por novos atleticanos e amantes desse esporte alucinante chamado futebol.

Eu continuo sãopaulino, mas também contaminado pela insanidade atleticana que dorme ao meu lado e atende pelo nome de Carol, minha esposa. É uma atleticana doente, o que na verdade é um pleonasmo. O Dia do Galo só afirma algo que a muito venho batendo na tecla: precisamos documentar mais e melhor a nossa paixão pelo futebol.



O Dia do Galo (2015)
Direção: Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes
https://www.facebook.com/odiadogalo

  Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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